30/10/09

Rota Castreja - 1

Nota introdutória:
A criação deste “roteiro” tem como base o meu conhecimento dos locais, das vias de comunicação e sobretudo gosto pessoal. É também fruto de algum trabalho de pesquisa na Internet, mas que de cientifico nada tem assim como tão-pouco poderá ser considerado como um guia. Este “roteiro” tem como ponto de partida a cidade da Maia e está pensado como passeio de um dia e com um grau de subjectividade elevado. Claro está que na região norte e em particular na faixa litoral são muitos os Castros e se subir-mos um pouco mais e formos até à Galiza mais serão ainda. Felizmente que o estado de recuperação e conservação em muitos casos se pode considerar como boa.
Com a realização deste “roteiro” serão várias as vantagens com que ficarão no final do dia pois o itinerário escolhido em termos paisagísticos é agradável, culturalmente irão aumentar os vossos conhecimentos, vão também contactar um pouco com a natureza devido á localização dos Castros e os preguiçosos (como eu) vão ter aqui um bom motivo para caminhar um pouco (fazendo pois assim um pouco de exercício). Como a esmagadora maioria vive em cidades poluídas aproveitam também para respirar um pouco de ar puro. Pelas diversas características sou de opinião que estas visitas não se devem efectuar em dias de muito calor, mas…
Termino pois esta pequena nota introdutória como iniciei, ou seja, dada a subjectividade da minha escolha e a aproximação geográfica de alguns outros Castros a sequencia sugerida pode não ser a melhor.


Mas o que são os Castros?


Os Castros são as ruínas ou restos arqueológicos de um tipo de povoado da Idade do Ferro característico das montanhas do noroeste da Península Ibérica. Os povoados eram construídos com estruturas predominantemente circulares, revelando desde cedo a implementação de uma «civilização da pedra», quer nas zonas de granito quer nas de xisto.
Uma cividade (substantivo feminino antigo de cidade) ou Citânia é um castro de maiores dimensões e importância, habitado continuamente. A designação Citânia é comparada com o "Cytian" dos povoados fortificados nas ilhas Britânicas.
Durante muito tempo consideraram-se os castros como "povoados fortificados", mas esta designação, consagrada pelo uso, é evidentemente muito redutora, porque recobre realidades arqueológicas muito diversas e susceptíveis de variadíssimas interpretações. Recentemente, tem-se vindo a aperceber que estes sítios são de uma enorme a complexidade, que de maneira alguma se podem apenas subsumir numa qualquer "cultura" local (ou várias), e muito menos numa "função" militar.
Em termos arqueológicos os castros estão quase invariavelmente localizados no topo de montes que são defesas naturais e permitem o controle táctico dos campos em redor. Estes montes tinham sempre fontes ou pequenas ribeiras, e naqueles mais desprovidos de água eram construídos reservatórios pelas populações, provavelmente para resistir aos cercos.
Um castro típico é fortificado por uma até quatro muralhas, mas mais comummente três, que complementam as defesas naturais do sítio. As casas têm cerca de três a cinco metros de diâmetro, e são na sua maioria circulares com algumas rectangulares, feitas de pedra solta e terra, com telhado cónico de colmo suspenso por um pilar de madeira central. As ruas são algo regulares, sugerindo organização social avançada. Os castros variam de algumas dezenas a algumas centenas de metros em diâmetro.
Julga-se que os castros eram locais de refúgio durante as guerras tribais Célticas e pré-Célticas, mas muitos, incluindo todas as citânias, eram verdadeiros centros populacionais continuamente habitados.
Observam-se normalmente cinco tipos diferentes de muros castrejos:
· Muralha de alinhamento, espessura e aparelho irregulares constituída por camadas de pedras colocadas horizontalmente, como ocorre no Castro do Coto da Pena.
· Muralha espessa com duas faces regularizadas de grandes blocos preenchidos por um aglomerado de pedras sem argamassada, como ocorre no Castro de Sabroso.
· Uma grande construção constituída por dois muros paralelos de faces verticais, normalmente de grandes blocos dispostos irregularmente, com intervalo preenchido por terra, tal como acontece na Cividade de Terroso.
· Construção sólida com muros de reforço adossados tal como ocorre no Castro de Romariz.
· Muralha simples com espessura média de 1,50 metros, normalmente formada por dois paramentos paralelos, tal como ocorre na Citânia de Briteiros.
Podemos considerar como três as fases da cultura Castreja:

1.A cultura Castreja formou-se num contexto atlântico com relações continentais e mediterrânicas por volta do ano 900 a.C.
2.A segunda fase inicia-se por volta de 500 a.C. e desenvolve-se com as migrações túrdulas, o comércio púnico e as primeiras importações provenientes da Península Itálica. É igualmente a fase da chegada de elementos étnicos célticos cujos contornos cronológicos e históricos devem ser entendidos no âmbito dos diversos processos regionais de celtização peninsular.
3.A terceira fase é a da proto-urbanização da cultura castreja com apogeu e declínio na era da romanização.

Os Castros já existiam durante o Neolítico e a Idade do Bronze, muito antes das invasões Célticas. Julga-se que a Cultura Ibérica desses povoados se misturou com os elementos célticos sem quebras de continuidade. O Céltico, provavelmente o dialecto Goidélico, tornou-se a língua franca de toda a Cultura Atlântica. Muitos dos megalitos da Idade do Bronze como menires e dólmenes estão situados em regiões em que também há castros, e são anteriores aos Celtas quer em Portugal e na Galiza, quer na costa atlântica da França, Grã-Bretanha e Irlanda. Estes monumentos continuaram a ser utilizados pelos druidas celtas.

Os Romanos destruíram muitos castros, devido à resistência feroz dos povos castrejos ao seu domínio, mas alguns foram aproveitados e expandidos como cidades romanas. Segundo Jorge de Alarcão "Aos castros, deram os Romanos o nome de castella, que aparece nas inscrições do século I d.C. sob a forma abreviada de um C invertido"

A zona nuclear castreja corresponde a toda a Galiza e à região portuguesa de Entre-Douro-e-Minho que confina a leste com a área ocupada na antiguidade pelos povos da etnia Zoelae para além do rio Sabor. Existe uma grande densidade de castros no Alto Minho, em especial nos territórios dos concelhos de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Valença, Paredes de Coura, Viana do Castelo (Citânia de Santa Luzia, Castro do Vieito), Ponte de Lima (Castro de Santo Ovídeo) e Esposende (Castro de São Lourenço). No entanto, na bacia do Ave – Vizela existe um maior conjunto de castros de grande dimensão: a Citânia de Sanfins, Citânia de Briteiros, Cividade de Bagunte, o Castro de Alvarelhos e ainda nas proximidades a Cividade de Terroso.
Menos densas são a região de Basto e ainda menos densa é a planície litoral a Sul do Douro. Em Trás-os-Montes, existe uma concentração significativa nas zonas de terras altas, com altitude superior a 750 metros, nos concelhos de Montalegre, Boticas e parte dos concelhos de Vinhais e Bragança.

Novas perspectivas sobre a celtização do NO de Portugal e o território dos Callaeci Bracari valorizam características culturais e linguísticas de filiação céltica no substrato castrejo, ainda com forte expressão durante o período galaico-romano (inscrição da Fonte do Ídolo em Braga e o nome da cidade galaico-romana de Tongóbriga).

Também há alguns castros no Centro de Portugal e nas Astúrias (região de Espanha). Povoados semelhantes também foram encontrados na França Atlântica (Bretanha), Grã-Bretanha e Irlanda.

Mas vamos ao “roteiros” – Castros a visitar:

· Castro de São Paio (Labruge – Vila do Conde).
· Cividade de Bagunte (Vila do Conde).
· Castro do Monte Padrão (Santo Tirso).
· Citânia de Sanfins (Paços Ferreira).

1ª Etapa – Castro de São Paio (Labruge – Vila do Conde)

Para começar este “roteiro” nada melhor que tomar um cafezinho junto á praia em Labruge e visitar o Castro S. Paio.

A grande variabilidade de implantação na paisagem dos habitats da Idade do Ferro no Norte de Portugal encontra exemplo de muito interesse no pequeno castro de S. Paio, em Labruge, que constitui o único povoado castrejo absolutamente marítimo de toda a costa portuguesa, ao contrário do que sucede na Galiza, onde se conservam vários destes castros litorais, como o bem conhecido de Baroña.
O castro de S. Paio, que tira o nome do orago da pequena capela existente no local, é um povoado de reduzidas dimensões, assente num pequeno cabeço com cota de 14 metros, junto à praia. As suas defesas parecem resumir-se a uma muralha ou talude, de que podem ver-se vestígios a Nascente, associada a um fosso, que protegeria os habitantes na área mais aberta a terra, já que do lado oposto o mar constituía natural e eficaz protecção. Bastante destruído pela erosão litoral e pela utilização balnear do local, o castro conserva ainda vestígios das suas habitações, podendo ver-se alguns muros e construções de planta circular, se bem que as escavações arqueológicas tenham proporcionado o achado de variado espólio e outros elementos de interesse, como lareiras e pisos em argila decorados, que se encontram protegidos. Nas proximidades existem penedos com gravuras, de cronologia incerta. As escavações realizadas documentaram a ocupação deste povoado, que se encontra em processo de musealização, entre o século I antes de Cristo e os primeiros séculos da nossa era.

Como lá chegar:
Pela auto-estrada A28 (antigo IC1), que deverá abandonar-se na saída de Modivas (depois da área de serviço de Modivas - junto à Lactogal), seguindo depois para Sul pela Estrada Nacional 13 (Vila do Conde - Porto) e voltando à direita no 2º cruzamento a partir do qual a estação está abundantemente sinalizada. Já próximo da praia tomar em atenção pois a via é estreita e só passa um carro.

2ª Etapa – Cividade de Bagunte (Vila do Conde)

Depois do cafezinho e da visita ao Castro S. Paio está na hora de se seguir para a Cividade de Bagunte e que dista a cerca de 16 km pelo caminho mais curto.

Regressam á EN 13 e desta vez viram em direcção a Vila do Conde. Já na EN13 e depois do Outlet tem o início da recta do Mindelo e um pouco antes do final existe um cruzamento onde para a esquerda vai dar a Mindelo. Nesse cruzamento vira-se á direita (rua em piso empedrado) e segue-se direcção a Fajozes – mas continuando sempre até a estrada acabar cerca de 3km Quando chegarem ao fim da estrada vão apanhar a N1064 e viram á esquerda e depois é sempre em frente até Bagunte onde vão encontrar sinalização para a Cividade. Em alternativa podem sempre fazer o seguinte percurso, ou seja, iniciado em Vila do Conde, deve tomar-se a Estrada Nacional 206, em direcção a Vila Nova de Famalicão. Cinco km depois (7 minutos) devem cortar à direita, na direcção de Junqueira, pela estrada municipal 525-4. Em Junqueira atinge-se o cruzamento com a Estrada Nacional 306 (1’9 km depois, cerca de 5 minutos), onde se deve seguir em frente, na direcção de Bagunte. Passados 1’6 km (cerca de 2 minutos), deve cortar-se à esquerda para Bagunte, atravessando a localidade na direcção do monte da Cividade, pela estrada municipal 527. 2’3km depois (5 minutos) encontra-se sinalizada a Cividade, do lado esquerdo da estrada (como referencia tem uma paragem de autocarro com abrigo.

Sobre a Cividade de Bagunte o que se pode escrever?

Na faixa sudoeste do Entre Douro o relevo é pouco elevado, embora se registem alguns cumes com posição dominante. Num desses relevos foi edificada a Cividade de Bagunte (altitude 206 metros) com um controlo geo-estratégico quase único, no quadro dos grandes povoados. Para oeste vigiava a plataforma litoral, extensa e fértil. Por outro lado, dominava quer a confluência dos rios Ave e Este, quer os tramos finais destes dois cursos de água, a Sul e a Norte, respectivamente. Controlava, assim, o acesso, através do vale do Este, ao coração do território dos Bracari, bem como a entrada do médio vale do Ave, onde fica a Citânia de Briteiros.

No Monte da Cividade é possível visualizar um povoado fortificado de dimensões consideráveis, talvez um dos maiores do Noroeste, com uma extensa área, igual ou superior à das grandes citânias do Entre Douro e Minho. A sua ocupação estende-se da Idade do Bronze à Antiguidade Tardia, embora destacando-se a organização do Ferro Pleno. O castro aparenta ter tido, no seu momento de máxima expansão, pelo menos cinco alinhamentos de muralhas. Esta Cividade foi ligeiramente explorada nos finais do século XIX e princípios do século XX e está classificada como monumento nacional desde 16 de Junho de 1910. As primeiras escavações ocorreram com o arqueólogo Ricardo Severo entre 1886 e 1888 sendo que as primeiras referências devem-se a nomes ilustres da Arqueologia Portuguesa: Francisco Martins Sarmento; Leite de Vasconcelos, Ricardo Severo e Fonseca Cardozo. O arqueosítio foi escavado em 1947 por Russel Cortez, que pôs a descoberto ruínas de casas circulares, rectangulares, bem como um conjunto doméstico do tipo domus, revelando a importância científico do sítio. Estes vestígios foram, posteriormente, cobertos por um extenso eucaliptal. Todavia, nos últimos anos realizaram-se intervenções de estudo e valorização promovidos pela Câmara Municipal de Vila do Conde, que está a desenvolver neste castro um ambicioso e bem fundamentado projecto, orientado por Paulo Costa Pinto e Pedro Brochado de Almeida, o que já permitiu remover árvores, estabelecendo itinerários, abrindo clareiras de áreas visitáveis e registando as estruturas. Pode-se, assim, observar ruínas de construções de aparelho granítico, rectangulares e circulares, bem como extensos pátios centrais lajeados, um dos elementos típicos das grandes citânias do Noroeste de Portugal. As estruturas encontram-se agrupadas em unidades habitacionais e estas em quarteirões. Pela qualidade dos paramentos das casas e efeito estético dos lajeados são evidentes a afinidades com a Citânia de Briteiros, com Santa Luzia ou com a Cividade de Âncora. Embora ainda não tenha sido descoberta nenhuma estátua de um possível príncipe, considerando a dimensão e posicionamento do sítio deve-se admitir que foi sede de um dos vários populi que viviam no espaço entre o Douro e o Minho, embora o seu nome seja desconhecido. Situado na freguesia de Bagunte, no concelho de Vila do Conde é Monumento Nacional desde 1910 e possui uma Zona Especial de Protecção desde 1960, o que permitiu manter a sua integridade visual e a envolvente.
A Norte, no sopé do monte conserva-se uma antiga via de circulação utilizada pelo menos desde a época romana e que mais tarde foi Caminho de Santiago.
Como complemento pode-se ainda dizer que Desde 1994, o gabinete de arqueologia da Câmara Municipal de Vila do Conde tem desenvolvido trabalhos de limpeza, controlo da vegetação e protecção das ruínas na zona da Cividade de Bagunte. O Gabinete conta com o apoio da associação de património arqueológico de Vila do Conde (APPA-VC) e da junta de freguesia de Bagunte. Todo o trabalho de valorização e transformação da Cividade tem por objectivo torná-la no Parque Arqueológico de Vila do Conde. É também o maior e mais antigo monumento nacional do concelho de Vila do Conde foi um grande povoado, fortificado com 52 hectares de interesse arqueológico, entre a área muralhada e o conjunto de vestígios periféricos. O povoado foi desde sempre conhecido das populações locais que chamavam monte Subidade ou Soledade, duas alterações ao termo latino original Civitate, de onde vem a nossa palavra cidade.

3ª Etapa – Castro do Monte Padrão (Santo Tirso)

Após a visita ao Castro S. Paio e à Cividade de Bagunte deve estar já muito próximo da hora de almoço. As sugestões são várias e pelo caminho mais curto a distancia até o Castro do Monte Padrão é de 35km.

Para se visitar o Castro do Monte Padrão temos que nos dirigir até Santo Tirso e são várias as opções que existem pelo que deixo ao livre arbítrio de cada um, contudo posso sempre sugerir que regressem pela N306 até ao cruzamento de Vilarinho onde viram á esquerda tomando a EN 104 até á Trofa ao longo do rio Ave. Passando o centro da Trofa continuam na EN 104 até Santo Tirso (não se esqueçam de comerem um jesuíta). Aqui terão que apanhar a EN 319 em direcção a paços de Ferreira. Nesta estrada seguirão até a povoação de Monte Córdova mas sugiro que um pouco antes façam um desvio para visitar o Santuário Nossa Senhora Assunção que foi concebido pelo arquitecto Korrodi sob a inspiração românica-gótica com alguns laivos de neo-romantismo. De planta em cruz grega e soberba construção, faz lembrar as monumentais basílicas orientais. Encontrando-se localizada em lugar de ampla visibilidade no Monte Assunção, tutela daí a cidade de Santo Tirso. Foi construído em 1934, em granito, num estilo neo-românico. Todos os anos no dia 15 de Agosto realizam uma romaria em honra da Santa. Também desde 2007 que a Volta a Portugal em Bicicleta tem lá tido uma das suas chagadas importantes e que se está rapidamente a tornar numa chegada emblemática da corrida. As vistas sobre Santo Tirso são muito bonitas e no sentido oposto já se consegue ver o Castro Monte Padrão, embora com alguma dificuldade e em linha recta distam a cerca de 1.000 metros.

De volta á estrada e mal entrem em Monte Córdova e junto à igreja paroquial, deverão virar à direita no cruzamento assinalado como “Estação arqueológica”. A partir daqui deverão seguir a estrada empedrada, acompanhado a sinalização até atingir a capela da Senhora do Padrão, ao fim de 800 metros. Podem e devem estacionar junto junta da capela, encontrando-se o castro no topo da elevação próxima, o Monte do Padrão, efectuando-se a subida em poucos minutos.

O maciço designado pelo Monte Córdova, ocupa uma privilegiada situação geo-estratégica, pois divide as bacias hidrográficas dos rios Ave e Leça, cujas cabeceiras domina. Deste maciço destaca-se o Monte Padrão, sobranceiro quer ao vale do rio Sanguinhedo, afluente do Ave, quer ao vale do rio Leça. Do alto do Monte, que tem uma altitude de 413 metros domina-se, visualmente, uma ampla secção do vale do Ave e numerosos e férteis alvéolos, bem como a planície fluvial do rio. O castro erguido no Monte Padrão controlava não só a navegação fluvial como também um corredor terrestre que ligava Cale à zona nuclear dos Bracari.

O Monte Padrão fica pois situado na freguesia de Monte Córdova, concelho de Santo Tirso, é um dos grandes castros do Entre Douro e Minho, com uma assinalável continuidade, testemunhando mais de dois mil anos de história, pelo que está a justo título classificado como Monumento Nacional, desde 1910. O local foi extensivamente intervencionado, entre 1950 e 1956, por Carlos Faya Santarém, tendo as escavações incidido em particular sobre a zona norte da acrópole, onde foi descoberto um notável conjunto edificado já da época romana. Contudo a ocupação do local remonta ao Bronze Final (século IX a. C.), conforme os vestígios detectados na plataforma superior, em sondagens realizadas por Manuela Martins, na década de 80 do século XX. Novas intervenções foram realizadas na década de 90 sob a responsabilidade de Álvaro Moreira, trabalhos que prosseguem anualmente. Tal como noutros sítios paradigmáticos do Noroeste de Portugal um primeiro núcleo populacional terá evoluído para um castro da Idade do Ferro, do qual subsiste, bem conservada e visível, principalmente a Sul e Leste, a primeira linha de muralha, que defendia a plataforma superior, bem como vestígios de mais duas linhas, detectáveis pelos taludes artificiais. No topo aplanado do monte observam-se estruturas do período castrejo, nomeadamente casas circulares com ou sem vestíbulo, numa área de grande dinâmica urbana, evidenciada pela sobreposição de estruturas. No quadro do processo de romanização foi erguido um edifício de tipo domus, bem como grandes construções rectangulares a norte. A casa possui um peristilo, um amplo pátio lajeado quadrangular, rodeado por um porticado, para o qual se abrem diversos compartimentos rectangulares. A norte de deste edifício observam-se amplos compartimentos que parecem estar associados ao núcleo residencial.
A ocupação medieval não terá sido menos importante, no contexto da cristianização no Noroeste, existindo uma ligação à presença de S. Rosendo, figura emblemática do período da Reconquista. Conservam-se, perto da entrada Leste do conjunto, os alicerces de uma capela alto-medieval, dedicada a S. Rosendo, assim como de um edifício posterior baixo-medieval. Deste período data a necrópole de inumação que rodeia os caboucos das construções medievas, com sarcófagos formados por lajes de granito e tampas, associada a considerável espólio cerâmico medieval.

4ª Etapa – Citânia de Sanfins (Paços Ferreira)

Após a visita ao Castro do Monte Padrão fica-nos ainda a faltar a visita Citânia de Sanfins e cuja distancia fica somente a 7,5km pelo caminho mais curto.

Regressamos à EN 319 e seguimos em direcção a Paços de Ferreira. Aproximadamente 1 km depois e à entrada de Santa Luzia viramos à esquerda e apanhamos a EN 1115 e cerca de 6km depois estão na Citânia de Sanfins (tem placas indicativas).

O relevo da zona sudoeste do Entre Douro e Minho, embora com uma média de altitude relativamente baixa, é muito fragmentado. Entre as diversas unidades geomorfológicas destacam-se alguns cumes que, pela sua imponência, dominam a paisagem envolvente numa extensão de muitos quilómetros. É o caso do monte (570 metros), onde foi implantada a Citânia de Sanfins. O seu posicionamento entre os limites das bacias hidrográficas do Douro e do Ave deve ser sublinhado, explicando a sua relevância estratégica, no quadro da paleo-geografia da Callaecia. Para norte as linhas de água dirigem-se para o Ave. Para sul convergem para o rio Eiriz, tributário do rio Ferreira que por sua vez desemboca no Sousa, próximo da confluência deste último no Douro. O cume onde foi erguido o castro é aplanado, o que facilitou a organização do sistema defensivo e o ordenamento proto-urbano.

A Citânia de Sanfins é um dos locais mais emblemáticos da Cultura Castreja do Noroeste Peninsular. Sendo uma das grandes citânias do Entre Douro e Minho, é um dos melhores exemplos do proto-urbanismo da II Idade do Ferro, com uma organização funcional do espaço urbano, que se estende por uma vasta área planáltica. A Citânia é circundada por três linhas de muralha, mais um quarto alinhamento complementar. Notam-se várias portas nas muralhas, reforçadas por fossos a Norte e a Sul. Junto de uma das portas, na segunda muralha, foi localizada uma estátua de guerreiro, actualmente representado por uma réplica. A relevância desta descoberta foi, mais tarde, confirmado pelo achado do guerreiro de S. Julião (Vila Verde), igualmente detectado junto da segunda linha de muralha. A área intra-muros ocupava pelo menos 15 hectares. A estrutura urbana do povoado é ordenada por um grande eixo Norte/Sul, atravessado por diferentes eixos perpendiculares, naquilo que constitui um notável ensaio de ortogonalidade na ordenação do espaço urbano. Delimitadas pelos arruamentos e muros limítrofes observam-se várias unidades domésticas com casas circulares, com ou sem vestíbulo, e rectangulares, em redor de um pátio central, por vezes lajeado. Pelas suas características morfológicas Sanfins é um dos melhores locais para se observar este modelo de proto-urbanismo. Uma das unidades encontra-se reconstruída, de tal forma que permite aos visitantes compreender melhor a importância da família extensa como núcleo básico da sociedade castreja. No centro da plataforma, duas grandes construções são interpretadas como estruturas proto-históricas de carácter ritual. Um dos maiores pontos de interesse da Citânia é o balneário castrejo, localizado fora da área urbana posto a descoberto, mas intra-muros, junto de uma pequena nascente de onde ainda brota água. O balneário apresenta uma estrutura comum às restantes construções do género, com fornalha de secção circular, câmara de sauna, vestíbulo separado da câmara pela pedra formosa decorada e pátio exterior lajeado, onde ainda se conservam dois tanques, assim como as canalizações de abastecimento e esgoto. Distingue-se, também, uma fonte de mergulho. A descoberta deste equipamento, na década de 70, do século XX, foi decisiva para a interpretação subsequente destes monumentos, anteriormente considerados como fornos crematórios desde o achado de estrutura idêntica em Briteiros, na década de 30. No ponto mais elevado da Citânia, junto do marco geodésico, subsistem os alicerces de uma capela medieval (dedicada a S. Romão), enquadrada no espaço de uma necrópole de inumação. A Citânia de Sanfins, Monumento Nacional desde 1946, foi primeiramente identificada em 1895 por Martins Sarmento e Leite de Vasconcelos. As maiores intervenções seriam contudo efectuadas a partir de 1944 e 1967 por Eugénio Jalhay (este apenas até 1950) e Afonso do Paço. A partir de 1968 a Faculdade de Letras da Universidade do Porto assumiu, através de Carlos Alberto Ferreira de Almeida o estudo do povoado, prosseguido por Armando Coelho F. Silva que dirigiu sucessivas campanhas, em conjunto com Rui Centeno, até 1993. A partir deste ano elabora-se um projecto de musealização, incluindo o restauro de estruturas arqueológicas e a construção de uma estrutura de apoio à visita.

Complementarmente ainda pode-se dizer que do seu património se destaca ainda as Muralhas, Pedra Formosa e o Núcleo familiar.:

Em relação ás Muralhas a Citânia estava protegida por várias linhas de muralhas. As muralhas defensivas adaptam-se de forma notável ao terreno, com uma planificação regular e arruamentos ortogonais.

Sobre a Pedra Formosa – é um monólito de grandes dimensões, normalmente decorado com gravuras em baixo relevo, localizado no interior dos balneários da civilização castreja que permitia o acesso, por uma pequena abertura, ao compartimento dos banhos e vapores quentes ou seja, pode-se dizer que é o edifício destinado aos banhos públicos.


“Dizem que alguns dos povos das margens do rio Douro vivem à maneira dos Lacónio (Esparta uma das mais notórias cidades-estado da Grécia Antiga). Untam-se com óleo duas vezes (por dia) em lugares especiais e tomam banhos de vapor, feito com pedras aquecidas pelo fogo e (depois) banham-se em água fria.”


Em relação ao Núcleo Familiar a Citânia possui mais de cento e cinquenta construções de planta circular e rectangular, agrupadas em cerca de quarenta conjuntos de unidades familiares. Recentemente foi restaurado um núcleo familiar.


“No dia a dia bebem cerveja e, raramente, vinho. O pouco que conseguem, depressa o consomem nas festas familiares... nesses banquetes sentam-se em bancos construídos ao redor dos muros, ocupando os lugares segundo a idade e a dignidade. A comida circula de mão em mão. Enquanto bebem, bailam e fazem coros ao som da flauta e da trombeta, dando saltos no ar e caindo de joelhos...”

26/10/09

...ainda sobre o "Manifesto".

Este pequeno texto vem na sequência do meu texto de 24/10/2009 com o título "Jogo Limpo – pela ética desportiva" texto esse que lhe mantenho todos os pontos e vírgulas.

Por definição um manifesto é uma exposição (geralmente escrita) em que se manifesta o que é preciso, ou o que se deseja que se saiba.

Estou plenamente convencido que este “Manifesto” irá ter uma forte adesão.

Conhecendo como penso conhecer a generalidade das pessoas muitos serão os que vão assinar só por assinar e sem saberem se quer o que estão a assinar. Outros, sim outros, outros ainda haverão que vão assinar porque não passam de “Amélias”, ou seja, limitam-se a ir atrás dos outros só para ficarem bem na fotografia e porque não dizer também para manterem a (s) sua (s) fonte (s) de rendimento (s).

Pergunto de forma genérica dos que já assinaram e dos que ainda vão assinar quantos sabem o verdadeiro alcance deste “Manifesto”?

Eu por mim respondo, NÃO SEI!!!!! (Mas sempre faço uma pequeníssima ideia).

24/10/09

"Jogo Limpo - pela ética desportiva"

Nota prévia:
No final da composição deste texto e que demorou mais de três horas a elaborar (devido a alguma consulta que tive de efectuar) fico pois na duvida se haverá alguém com disposição para o ler integralmente. Sugiro que a leitura não seja feita de “forma atravessada” do texto para que não hajam más interpretações e deturpações do que realmente escrevi e do que pretendo demonstrar.
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Numa iniciativa da A.C.M. e que contou com o apoio dos senhores Artur Lopes e Luís Horta respectivamente Presidentes da U.V.P./F.P.C. e da Autoridade Antidopagem de Portugal foi ontem, por intermédio de uma conferencia de imprensa apresentado um manifesto designado como “Jogo Limpo – pela ética desportiva”. O “Manifesto” pode ser consultado integralmente e subscrito no sitio na Internet da ACM.

Não sou nem nunca fui apologista do uso de substâncias ilícitas no desportoque fique bem claro, assim como não se pode confundir a amizade com a reprovação e como sou católico, aproveito para relembrar a parábola do “filho pródigo”.

Globalmente estou de acordo com o “Manifesto” embora me pareça que a sua aplicabilidade seja utópica e na minha opinião são vários os motivos que fundamentam a minha opinião sobre a utopia da sua aplicabilidade.

Uma coisa é certa, algo tem que ser feito pois as coisas como estão estão muito mal e pior fica quando somos confrontados com situações de doping nos Cadetes e Juniores não há nada que possa justiçar o que quer que seja.

A ACM, como é hábito – pena que as outras associações não sigam as suas pisadas (mas sobre isto não tenho legitimidade para falar peso embora o trabalho por mim produzido na ACP), uma vez mais, volta a ser pioneira e a “ficar bem na fotografia” mas sei e como penso conhecer os seus dirigentes (e em particular o seu actual Presidente) que este “Manifesto” não se destina só para a fotografia, é realmente uma coisa sentida e que desde já aproveito para publicamente endereçar as minhas felicitações públicas pelo acto. Obviamente que como disse nem tudo me parece estar correcto nesta iniciativa pela dificuldade da transparência da aplicabilidade, mas mais importante do que tudo foi que foi dado um passo para que se tente minimizar algo de extremamente prejudicial ao desporto e á sua imagem.

Serão vários os princípios e leis com a qual a aplicabilidade do “Manifesto” me parece se vá “esbarrar”, mas não sendo eu um jurista a minha opinião vale o que vale, ou seja, é a minha opinião!

Analisemos então o “Manifesto” ponto por ponto.

“1º) Reafirmar os princípios e valores do desporto, nomeadamente, a ética, a honestidade, o espírito e a verdade desportiva e considerar a luta contra o doping como um pilar fundamental na sua preservação.”

Cem por cento de acordo.

“2º) Assumir quotidianamente uma conduta de "tolerância zero" em relação a qualquer indício, intenção ou prática de dopagem, desaconselhando e denunciando casos e situações que indiciem práticas violadoras das normas e disposições.”

Cem por cento de acordo em relação à “tolerância zero” contudo em relação à “denuncia” pois faz-me lembrar a Pide/Dge e pode levar a exageros e que muitos aproveitarão para tentar obter protagonismo denunciado quem sabe até “inventando” possíveis situações e estou por exemplo a lembrar-me do ponto 1º do artigo 25º da Constituição da Republica Portuguesa.

“3º) Desejar a aplicabilidade imediata e rigorosa do Regime Jurídico da luta contra a dopagem no desporto (Lei n.º 27/2009 de 19 de Junho).”

Cem por cento de acordo e ainda por cima trata-se de uma lei da Republica.

“4º) Incentivar os agentes e entidades desportivas a retomarem o projecto de criação do passaporte biológico, encarando-o como indispensável na luta contra o doping.”

Cem por cento de acordo se for consagrado a todas as modalidades desportivas e a todos os escalões. O Ciclismo não pode continuar a ser o “patinho feio” do desporto.

Há também que garantir a transparência do método e a equidade do processo.

“5º) Aconselhar todas as entidades a contemplarem em todos os acordos/contratos com e entre equipas e atletas cláusulas de rescisão e de penalização no caso de utilização de substâncias e métodos proibidos.”

Cem por cento de acordo se as Leis vigentes de trabalho o permitirem.

“6º) Instar as entidades competentes a agirem judicialmente contra os prevaricadores em matéria de dopagem, visando o ressarcimento pelos prejuízos e danos causados ao desporto em geral e a cada uma das modalidades em particular por comprovada conduta desviante.”

Este ponto, salvo melhor opinião, parece-me cem por cento utópico pela impossibilidade da sua aplicabilidade pelo que sou manifestamente contra.

Pergunto,

…e como se pode quantificar os prejuízos causados?

Muita atenção que medir este género de prejuízo não é a mesma coisa que é medir o retorno de um determinado investimento publicitário.

Tomemos como exemplo os seguintes dois casos, ou seja “Nuno Ribeiro – profissional e vencedor da Volta a Portugal” e “João Pinto – cadete e vencedor da Volta Portugal Cadetes” .

Nuno Ribeiro” – conseguiu-se quantificar um prejuízo de dois milhões de euros, acham que ele tem esse dinheiro para restituir o prejuízo causado?
João Pinto” – é um Cadete e é menor de idade. Neste caso a verba quantificada foi de quinhentos mil euros, quem é que tem que pagar esta verba? O encarregado de educação? E se posteriormente se vier provar que o miúdo até estava inocente e que lhe deram as substâncias sem ele e o seu encarregado de educação saberem o que era?

Esta medida parece-me perversa, pois além de toda a subjectividade inerente e que tentei enumerar podem por exemplo surgir milhentas pessoas a dizer que por causa do caso X ou Y perderam um patrocinador sem sequer terem saído de casa e verem nisto uma forma fácil de ganhar dinheiro.

“7º) Sugerir o aperfeiçoamento da eficácia dos métodos e processos de certificação de violação das normas antidopagem de forma a não subsistirem dúvidas e a eliminar possibilidades de invocação de questões meramente processuais para ilibar os prevaricadores.”

Salvo melhor opinião mais uma utopia.
Vou dividir este ponto em duas partes, ou seja, a primeira relacionada com os “métodos” e a segunda com os “questões processuais”.

Em relação aos “métodos”, pergunto, não é essa já uma das obrigações de quem tem que fazer os controlos de despistagem de substancias consideradas dopantes? Claro que é – digo eu.

Em relação ás “questões processuais”, parece-me que uma vez mais não se quer entre outras coisas respeitar coisas básicas. Estou novamente a lembrar-me por exemplo da Constituição da Republica Portuguesa do seu artigo 21º, também ponto 2º do artigo 26º e ainda também de forma global o artigo 32º.
Se há (ou houveram) responsáveis por erros processuais então está aqui uma boa oportunidade de aplicar o ponto 6º do “Manifesto”, ou seja, ressarcir-se junto desses responsáveis pelos danos causados e também aqui não nos podemos esquecer do Artigo 22º da Constituição da Republica Portuguesa.

“8º) Sugerir a realização de uma campanha nacional, direccionada aos diversos escalões etários e sectores sociais, que alerte para os malefícios do doping e enalteça os princípios e valores do desporto.”

Cem por cento de acordo.

…e porque não aproveitar este “Manifesto”, para se realizar um outro “Manifesto”, em que nas provas velocipédicas se cumpram escrupulosamente todos os Regulamentos e Cadernos de Encargos previstos e que a U.V.P/F.P.C. enquanto entidade organizadora e reguladora da modalidade dê o exemplo?

A titulo de exemplo:
- Pagamento dos prémios em tempo útil aos corredores (todos sabemos que há inúmeras provas que nunca pagaram os prémios monetários previstos e obrigatórios pelo Caderno de Obrigações Financeiras da Federação aos corredores).
- Serem cumpridas todas as disposições de segurança previstas.
- Haver sempre um médico na prova.
- Haver meios de socorro adequados.
- Haver policiamento móvel e apeado adequado.
- Parque automóvel adequado quer da parte da organização que da parte das equipas.

Em resumo, basta aplicar os regulamentos existentes na sua plenitude para que tudo seja devidamente cumprido.

Mas voltando ao "Manifesto" e como resumo final.

A sensação com que fiquei quando li este “Manifesto” é que os corredores foram transformados em “monstros” e com são os únicos culpados pela existência do uso de substâncias dopantes no Ciclismo.

Contudo e com disse no inicio felicito a A.C.M. na pessoa do seu Presidente José Luís Ribeiro pela iniciativa.

22/10/09

...?

PRIVACIDADE,

Por acaso sabem o significado em toda a dimensão da palavra?


LIBERDADE,

Sabem também por acaso o significado em toda a dimensão da palavra?

Agora imaginem que a (s) vossa (s) entidade patronal decidia obrigar-vos periodicamente a fazerem controlos médicos para por exemplo controlarem se consumem estupefacientes ou por exemplo se têm cafeína a mais no organismo na sequencia do excesso de café tomado diariamente e que por causa disso podem, por exemplo, ter um enfarte e com esse enfarte provocar absentismo no vosso posto de trabalho.
Imaginem ainda também que todos os dias antes, de iniciarem a vossa actividade laboral, teriam de “soprar o balão” para por exemplo verificarem se não terão mais do que 0,3º/gr de álcool no sangue, pois a vossa entidade patronal entendeu que o limite é de 0,3º/gr.

Qual a vossa opinião, acham correcto? Por certo que não!!!
Bem, este texto nada tem a ver com a actividade velocipédica mas sim com o mundo laboral mas que há muitas coincidências lá isso há ou não fosse o Ciclismo também uma actividade profssional.

17/10/09

Sitio na Internet jornalciclismo.com

Este meu texto surge na sequencia de um texto colocado no sitio na Internet jornalciclismo.com e que pode ser consultado em http://jornalciclismo.com/?p=10216.

Curioso é que este texto surja após um também texto colocado umas horas antes no “Veloluso” (http://veloluso.blogspot.com/2009/10/ii-etapa-526.html). No mínimo, parece-me estranha esta coincidência que mais me parece uma resposta camuflada ao Madeira, mas quem sou eu para questionar o que quer que seja…

Podia muito bem ter colocado este meu texto “comentário” apesar de ser algo extenso na zona prevista no sitio em questão para eventuais comentários, mas ainda corria o risco de o ver moderado ou melhor, não publicado - como foi o caso de um comentário que coloquei em http://jornalciclismo.com/?p=9857 e que questionava quem era o médico de uma determinada equipa e determinados corredores em determinadas alturas.

Mas vamos ao que realmente interessa.

Em primeiro lugar os meus parabéns pelos números apresentados.
Globalmente estão de parabéns, peso embora em muitas coisas estar-mos em desacordo.

Salvo melhor opinião e tal como diz o provérbio “…em terra de cegos que tem olho é Rei” e dado o vazio existente este espaço cibernético acabou por rapidamente ser a referencia do Ciclismo de estrada em Portugal e onde com alguma facilidade se encontra a informação sobre as provas. Têm também que reconhecer que em certos aspectos têm a “vida muito facilitada” no que respeita há obtenção de informação, mas para quem está a consultar isso é secundário.

Lamento é a vossa aparente subserviência ao sistema instalado no Ciclismo português. Claro está que se em vez de um sitio na Internet fosse um jornal haveriam algumas leis que teriam de ser cumpridas e alguns direitos de resposta que deveriam ser publicados caso fossem solicitados, contudo a legislação que regula os conteúdos em sítios na Internet é diferente e de difícil execução assim como também não se sabe bem a quem recorrer se necessário.

Em relação ao numero de visitas anunciadas e sendo eu neste caso “um velho do Restelo” coloco algumas questões sobre a forma como é obtido, pois como todos devemos saber estes números podem muito facilmente ser “trabalhados”. Dou o meu exemplo, quando chego a casa no final de mais um dia de trabalho ligo o computador e vou visitar o sítio, depois desligo e vou jantar. Depois de jantar e deitar o meu filho volto ao computador e volto a entrar até para ler alguns dos comentários aos textos (nada como rir um pouco para ajudar a digestão) e volto a sair do sítio. Mais tarde volto o sitio para por exemplo consultar as ultimas do doping em Portugal e mais uma visita, ou seja, em pouco mais de três horas fiz três visitas ao sítio, contudo na pratica sou sempre o mesmo, como podem ver podem muito facilmente ser trabalhados os números, contudo nada estou a afirmar, estou tão-simplesmente a fazer um exercício mental com uma suposição dado que no texto não foi explicado a forma como chegaram ao valor apresentado, será que o valor está “dopado”?

Mas João e Zé, fiquem descansados que nada tenho contra vós e que muito globalmente o vosso trabalho no sítio é bom e recomenda-se e sempre que tenha alguma coisa relacionada com a modalidade na vertente desportiva continuar-vos-ei a dar conhecimento solicitando a publicação até porque os números apresentados são muito interessantes como retorno a patrocinadores.

O que eu lamento mesmo em relação ao vosso sítio é que na página de entrada tenham substituído a janela da Volta a Portugal pelo caso Liberty Seguros que pelo que sabemos até foi antes da Volta e mantêm lá outras janelas sem duvida também importantes, mas o acontecimento velocipédico em Portugal continua a ser a Volta a Portugal.
Actualizado em 20/10/2009 ás 07:30 (somente o próximo comentário).
Mas este sitio move-se por que leis? Lei de imprensa? Ou trata-se tão-somente de mais um sítio sobre Ciclismo na Internet?

Reitero que nada tenho contra o sítio e que globalmente felicito o vosso trabalho, contudo algo ainda insipiente (com s) e aparentemente eternamente incipiente (com c).

12/10/09

Previsão do futuro (mais do que próximo) do Ciclismo.

...e sem pretender ser mais um “Velho do Restelo”.

Estou com alguma curiosidade em relação ao futuro próximo do nosso ciclismo em todos os escalões e vertentes.

Salvo melhor opinião o nosso Ciclismo depende essencialmente dos apoios autárquicos, quer para os organizadores de corridas quer para a manutenção de muitas equipas.

Em termos económicos temos o país em crise onde o desemprego e o desinvestimento aumentam de dia para dia. Em termos de imagem e por causa do Doping tem a modalidade uma imagem menos boa junto de potenciais patrocinadores o que tem levado a que alguns se afastem e a que outros nem se quer queiram ouvir falar na modalidade.

Também para ajudar negativamente á festa temos os dois últimos resultados eleitorais, onde a nível legislativo é previsível alguma instabilidade não se prevendo inclusivamente sequer se o governo socialista irá conseguir completar a legislatura, logo maior instabilidade no sector económico nacional e uma maior retracção nas empresas em investimentos publicitários.

Em termos autárquicos e são neste momento 22:00 do dia das eleições tudo indica que irá haver alterações de “cores politicas” em muitas autarquias que em muito têm ajudado o Ciclismo, restando pois saber se os novos elencos irão continuar a apoiar o Ciclismo onde entre outros podemos tomar como exemplo as autarquias de Tavira, Felgueiras, Amarante e Trofa.

Outro facto ainda e todos nós sabemos é que no ano seguinte ás eleições os autarcas se retraem nos ajudas que dão.

Na vertente estrada e no sector elite não se perspectivando o aparecimento de novas equipas e com os rumores que correm que algumas poderão desaparecer, ainda salvo melhor opinião parece-me haver neste momento alguma indefinição regulamentar por parte da U.V.P./F.P.C. pelo que também ainda nada se sabe em termos concretos em relação ao futuro próximo das Equipas Continentais assim como também das Equipas de Clube. Bem, deve estar para acontecer a tradicional Assembleia-geral onde ficam definidos os Regulamentos (“estratégias”) para a época seguinte.

Esperemos que em 2010 não se assista ao desmarcar de provas que se assistiu este ano e aparentemente sem qualquer penalização para os organizadores.

Tudo isto somado parece-me que o próximo ano irá ser um ano muito difícil para o Ciclismo. O tempo dirá se tenho ou não razão nesta minha análise muito, mas mesmo muito superficial e onde também muito mas mesmo muito sinceramente espero estar errado.

08/10/09

3º WTC 2009 - por entre o Douro e o Sabor

É já no fim-de-semana de 16,17 e 18 de Outubro, no Douro Superior, que se realiza a última prova do Waypoint Trail Challenge de 2009.Sempre em busca do que de melhor Portugal tem para oferecer em termos de cultura, paisagens e caminhos, seria imperdoável não fazer uma visita ao Douro, região com uma riqueza imensa e que dispensa apresentações.Com vários dias de levantamentos e cerca de 500 kms percorridos, foi fácil perceber, por parte da organização, o porquê de o Douro ter sido classificado pela Unesco como “Património Mundial da Humanidade”. Há sentimentos que são impossíveis de explicar e que nem as melhores fotos os conseguem transmitir. Esta será, com toda a certeza, uma prova que marcará muito todos os participantes.O secretariado estará aberto a partir de sexta-feira pelas 19 horas na praia da Foz do Sabor, onde ficará o acampamento da primeira noite e a partir das 9horas, em Foz Côa, junto à Camara Municipal, para quem aparecer só no Sábado de manhã, pois a prova no terreno só começará às 9h,30 desse dia.
Mais informações no blog da organização: