“O Povo saiu à rua para festejar a vitória do Benfica e eu, apesar de ser adepto do F. C. Porto, não achei mal. As pessoas têm o direito de ficar alegres.
O povo saiu à rua para ver o Papa e eu, apesar de ser agnóstico, não acho mal. As pessoas têm direito à sua fé.
O povo vai à Covilhã espreitar a selecção e eu, apesar de não ligar nenhuma, não acho mal. As pessoas têm direito ao seu patriotismo.
O governo escolhido pelo povo impõe medidas de austeridade, umas atrás das outras, aumentando os impostos e não abdicando dos mega investimentos e o povo não reage nem sai à rua.
Reclama à boca pequena e cria grupos zangados no Facebook mas que de nada serve.
É triste que este povo, que descobriu meio mundo, não imprima à reivindicação dos seus direitos a mesma força que imprime à manifestação das suas paixões.
Pobreza...
Um país onde se admite a possibilidade de taxar o subsídio de Natal, ou mesmo acabar com ele, mas que gasta de dinheiros públicos para TGV, altares, estádios de futebol, frotas milionárias para gestores públicos, reformas obscenas a quem trabalha meia dúzia de anos ou nem tanto, etc... é um país pobre, de facto…
...mas de espírito, antes de mais!"
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