28/11/07

Passeio Big Trails M.C.Porto

No passado dia 25 de Novembro o Moto Clube do Porto organizou mais um passeio destinado a motas do segmento “Big Trail”.

Transcrevo texto sobre o evento elaborado pelo Ernesto Brochado e disponível no sítio do Moto Clube do Porto:

“O Vasco Rodrigues e o Sérgio Correia prometeram e cumpriram. Delinearam um percurso de pouco mais de 50 km para todos os gostos, obrigando os 21 condutores deste Passeio para Trails do MC Porto a aplicarem-se nas serranias a norte de Viana do Castelo no radioso domingo de 25 de Novembro. Houve muita entreajuda, transpiradelas, unhas e motos tombadas para o lado. As duas Varaderos presentes aguentaram estoicamente e no final, na travessia a vau do rio Âncora, o Paulão tanto tentou que conseguiu afogar a sua pobre Dominator.

A Serra está uma desgraça.

A caravana inscrita foi pontual e enorme. Não é habitual termos 21 motos em passeios destes. Duas delas até tiveram passageiras e uma delas chegou a conduzir também. Após o encontro na sede, a maioria dos participantes arrancaram em viagem sem história até Viana, mais precisamente ao cimo de Santa Luzia. Com a foto de grupo tirada e último briefing do Sérgio, as 21 trails, de várias marcas e cilindradas lá se meteram na vegetação da serra, com calma, respeitando os muitos ciclistas. Gostávamos de dizer que também respeitamos a Natureza. Mas que Natureza? Esta já quase não existe. Os vários incêndios carbonizaram repetidamente a vegetação autóctone a assistimos à decadência total da serrania, com uma infestação geral de acácias. Em todo o percurso contaram-se os carvalhos pelas mãos, viu-se um castanheiro e meia dúzia de sobreiros. Mais nada! Até um mísero tojo arnal ou urze já é motivo de festa lá no alto. Valem as vistas ou para o vale de Outeiro a leste, ou para o mar, do lado contrário.

Grande treino de condução.

E ainda nem tínhamos “aquecido” e uma calçada romana se nos deparava a seguir à carreira de tiro arruinada. Alguns condutores preferiram seguir pela opção fácil, metendo-se quase toda a caravana pela irregularidade da calçada. E todos passaram. Aliás passou-se em todo o lado, com mais pisca arranhado, menos gramas de pintura na carenagem. O dia estava fabuloso, solarengo e sem pó graças às chuvas caídas durante a semana. As subidas e descidas iam-se vencendo, com pisos bons e outros nem por isso. Regueiras profundas, cascalheiras e pedras muito salientes e soltas foram testando os dotes de condução da malta. Passaram todos no teste. Seis motos tiveram um pouco de sono pelo caminho, deitando-se teimosamente, mas rapidamente acordadas pelos donos. Uma precisava de café. Insistiu na sonolência três vezes. O grupo ia parando várias vezes, agrupando e trocando impressões animadas. Para ajudar, a surpresa que nos esperava na Sra. da Cabeça, local de romaria no meio da serra e onde um valente aperitivo enganou a fome a todos. O Carlos Ruivo aproveitou a paragem e tentou fazer negócio com o dono de uma motorizada no local. Não conseguiu e foi curiosa a forma como o senhor se foi embora. Com um terno após 10 metros! Levantou-se, encaixou o banco na Famel e seguiu caminho após um “Tá tudo bem!”, balbuciado entre o hálito de vários bagaços. Deita, levanta e rola.
E lá se prosseguiu, com circuito panorâmico de onde se apreciava bastante bem a vizinha serra de Arga, e sempre perto da nova A 28 que agora rasga a serra a meia encosta. Nova paragem de agrupamento e ouve-se chegar uma monocilíndrica em grande ritmo. Sem tempo de raciocinarmos quem seria o campeão, o som de plásticos pelo chão fez virar muitos pescoços ao mesmo tempo. O Paulo Oliveira, sim, o Paulo Oliveira tinha-se entusiasmado com a F 650 emprestada e deu-lhe uma decoração nova. Poucos minutos depois já se rolava de novo com normalidade. Às principais dificuldades, os organizadores iam mostrando variantes fáceis. Mas qual quê. A malta queria era arregaçar as mangas. Siga então. E não eram pêra doce, algumas das irregularidades, principalmente para motos de 230 quilos.

Paulão lança âncora no meio do rio

Chegamos então à cereja no topo do bolo: a travessia a vau do Âncora, perto de Ponte de Saim. No local mais bonito do passeio, ainda com alguma vegetação ripícola – amieros, salgueiros e outras autóctones que emprestam um ar acolhedor às margens – uma a uma, todas as motos passaram para o lado norte. Com uns 30 a 40 cm de profundidade, a travessia não apresentava dificuldades de maior, apesar do fundo em pedra rolada. Houve até quem passasse mais que uma vez para a foto, graças à confiança no goretex das botas. Pois, que passar o resto do dia de pés molhados, com o fim da tarde frio a aproximar-se não tem grande piada.
E chega então o número do Paulão, homem sempre de um lado para o outro com a sua moto, arranjando desculpas e argumentos para não parar quieto um minuto. Mete-se no rio, a desviar a desgraçada da Dominator cada vez para partes mais fundas. Cada vez mais, cada vez mais até que... os escapes ficam debaixo de água num local já de um metro de profundidade. A pobre da moto berra “É demais!” E fez greve. Lá ficou o Paulão com água até ao banco à espera que alguém o fosse ajudar perante a gargalhada geral.
O Vasco Rodrigues é do bom tempo e meteu-se vestido no Âncora auxiliando o resgate da coitadinha. Graças aos seus dotes de mecânico, abriu o que tinha de abrir à pobrezinha, tirou água, lodo e quase ruivacos e trutas do motor, escapes, filtro e carburador da Dominator e após uma hora de intensa mecânica, o Vasco fez soar de novo o monocilíndrico.
Champarreão ganha clientes

Salva de palmas geral e ala para o tacho que as barrigas já se queixavam. O almoço-lanche fez-se em esplanada panorâmica do lugar de Espantar, ao lado de S. Lourenço da Montaria. Um sítio bonito!
Moelas, rojões, queijo e presunto constituíram o petisco. Mas o que marcou mesmo foi o champarreão!
Bebida típica do Minho vianense onde se mistura o vinho com cerveja, açúcar, canela e sabe-se lá que mais, escorregou nas goelas com muita facilidade. Os “navios”, púcaras em que vem para a mesa, foram esvaziados com celeridade. Grande lanche.
Grande passeio também, que terminou com outro regresso sem história, claro. O divertimento foi no monte, e aí não faltou."

Ficam mais algumas fotos do passeio depois desta discrição do Nestinho.

21/11/07

ACP–Entrega de Prémios Época 2007

Vai a A.C.P. (Associação de Ciclismo do Porto) organizar no próximo dia 01 de Dezembro pelas 16:00 no Restaurante “O Ramalho” (Cidadelha – Stª Maria de Avioso / Maia - GPS - N41 16.183 W8 35.543) a entrega dos prémios relativos á época de 2007 e que será seguida de um jantar comemorativo a exemplo de anos anteriores.

Aos premiados aproveito para endereçar os meus parabéns assim como desejar os maiores êxitos desportivos na próxima época.


20/11/07

Porquê andar de mota?

O que é que nos leva a andar de mota por lazer?

Por muito que se tente explicar é sempre difícil, vi este comentário num fórum da especialidade e decidi cá coloca-lo, pois foi a melhor "explicação" que até hoje vi sobre quem anda de mota.

- Não tento explicar às pessoas porque é que ando de mota.
- Para os que compreendem, nenhuma explicação é necessária!
- Para os que não compreendem, nenhuma explicação é possível...


Simplesmente divinal.

18/11/07

...e porque não Gastronomia?

Na sequência dos textos anteriores (Distrito de Bragança e Vale da Vilariça) lembrei-me de fazer um pequeno texto sobre a Alheira.

Alheira,

Alheira é uma Freguesia do concelho de Barcelos, com 8,86 Km² mas não é dessa Alheira que pretendo falar, mas sim nas famosas Alheiras enquanto enchidos.

Mas para falarmos das Alheiras temos de voltar ao início da Nacionalidade falando entre outros dos novos cristãos.

Tanto em Portugal, assim como mais tarde no Brasil, chamava-se «Cristão-novo» a um judeu convertido ao cristianismo.

Desde os alvores da nacionalidade, sempre existiram minorias étnicas e religiosas em Portugal. Judeus e mouros e, mais tarde, ciganos, constituem os contingentes mais expressivos. Os primeiros antecedem provavelmente as invasões dos segundos, tendo gozado muitas vezes de protecção e favorecimento régios, mercê das suas fortunas e actividades mercantis, e até da sua preponderância cultural. Inseridos num Portugal agro-pecuário e piscatório, dedicar-se-ão aos ofícios ou a actividades liberais (ciência, medicina, farmácia...) e gradualmente ao comércio e à finança, onde não conheciam grande concorrência.
Ao longo da Idade Média, habitaram preferencialmente – de acordo com as suas ocupações profissionais – nas maiores aglomerações urbanas do País, em bairros próprios (judiarias; mourarias no caso dos árabes ou mouros, menos numerosos), praticando o seu culto, falando o seu idioma e mantendo as suas tradições ancestrais. Diplomaticamente, mantinham fidelidade à Coroa, a ela se subordinando. À parte alguns incidentes, principalmente motivados por questões religiosas, a sua vida no Reino não correu nunca grandes riscos de ser posta em causa.
No entanto a sua classificação só apareceu no século XV durante o reinado de Manuel I de Portugal, que impôs aos judeus a conversão ou a expulsão do país e das suas colónias. A medida foi uma tentativa de homogeneizar a religião na Península Ibérica e consta do acordo de casamento entre Manuel I de Portugal e a Infanta Isabel de Aragão, à data a herdeira dos Reis Católicos.
A maioria dos cristãos novos, porém, permaneceu fiel à sua religião original (sendo assim denominados de marranos ou criptojudeus) e inventou inúmeras formas de esconder a sua convicção religiosa. As alheiras, um tipo de enchido de carne de galinha e outras aves, foram por exemplo criadas para imitar os tradicionais chouriços de carne de porco, proibida aos judeus. O falhanço da seriedade de muitas conversões levou à criação da Inquisição, que diferia em diversos aspectos da Inquisição "tradicional", em Portugal e ao estabelecimento de uma política de distinção em relação aos cristãos novos. Sob o espectro da Inquisição, nunca mais os cristãos-novos, maioritariamente judeus, tiveram no reino tranquilidade. Continuaram, clandestinamente, a fugir para os Países Baixos, Constantinopla, Norte de África, Salónica, Itália e Brasil, mantendo laços secretos e apoiando os cristãos-novos portugueses.
O Santo Ofício influirá no desaparecimento dos ofícios nas regiões de Trás-os-Montes e Beiras, onde os judeus eram os dinamizadores da produção de têxteis, sedas e lanifícios. Para além do confisco de bens, os cristãos-novos serão também vítimas dos atestados de "limpeza de sangue" nas candidaturas a cargos públicos, militares ou da Igreja, o que os afastava por possuírem confirmação inquisitorial.
Foi apenas em 1770, durante o governo do Marquês de Pombal (já em plena época das luzes) que se eliminaram as distinções entre cristãos velhos e novos.
Muitos intelectuais portugueses eram cristãos-novos e foram perseguidos por isso. Pedro Nunes, o matemático português, foi um cristão-novo. Os seus netos foram acusados pela Inquisição. As ossadas de Garcia da Orta, famoso médico português e ele também um cristão-novo, foram queimadas numa macabra cerimónia da Inquisição em Goa.

A alheira é pois um enchido típico da culinária portuguesa cujos principais ingredientes são carne e gordura de porco, carne de aves, pão, azeite, banha, alho e colorau.



Segundo a tradição, este enchido terá sido criado por cristãos-novos que, em segredo, continuavam a guardar costumes da sua renegada religião judaica, a fim de dar a entender a toda a sociedade que eram cristãos assumidos e bem integrados. Como o judaísmo proíbe o consumo da carne de porco, alguns dos supostamente recém convertidos teriam inventado um chouriço onde discretamente a carne de ave substituía a carne de porco, tradicional entre os cristãos. Desta forma, nas primeiras alheiras foram usadas várias carnes alternativas ao porco, tais como vitela, coelho, peru e galinha.
A suposta ligação da alheira com os novos cristãos talvez não passe de uma ideia romântica popular, e não há factos concludentes que a suportem. Parece mais certo que o seu aparecimento esteja ligado ao próprio ciclo de produção de fumeiros caseiros, ou simplesmente à necessidade de conservação das carnes dos diversos animais criados e para consumo próprio.
Na região de origem a norte de Portugal (Trás-os-Montes) a alheira é consumida grelhada ou assada em lume brando, acompanhada por batata cozida com um fio de azeite e legumes da época variados. Mais a sul o mais natural é encontrar os menus com a alheira frita, batatas fritas, ovo estrelado e saladas de alface e tomate. Por vezes, é também acompanhada por grelos de couve. Podem também ser fritas em azeite e servidas com legumes cozidos ou estufadas, depois de envolvidas em couve lombarda.
É uma presença habitual nas ementas dos restaurantes de todo o país.
A mais famosa das alheiras é a oriunda de Mirandela, na região de Trás-os-Montes, frequentemente considerada a de melhor qualidade.

Actualmente, as “alheiras de Mirandela”, sendo também as mais afamadas, impõem-se pela qualidade gastronómica e de fabrico, desejando-se que a garantia da sua qualidade e genuinidade passe a curto ou médio prazo pela criação de uma “região demarcada” e simultaneamente pela constituição de uma associação de fabricantes de alheiras. Contudo não é só em Mirandela que se produzem estes enchidos, sendo que também por toda a Beira Alta e Trás-os-Montes se fazem alheiras artesanais de excelente qualidade.
Apesar de não estar demarcada uma região específica para a produção das Alheiras, são as mesmas actualmente um produto certificado obrigando assim a algumas normas quer no processo de fabrico quer na distribuição.


Como fazer as Alheiras:

Ingredientes:

1 pão caseiro de (trigo) com cerca de 1 kg
200 Grs de carne de vaca de 2ª
Piripiri q.b.
150 Grs de presunto
1/2 Galinha caseira gorda
Alguns ossos de porco
1 Cabeça de alhos
1 Colher de (sopa) de colorau
1 Ramo de salsa
1 Tripa seca para enchidos
200 Grs de toucinho
Sal q.b.

Confecção:

Coza todas as carnes e os ossos de porco em água suficiente para as cobrir, (de modo a obter no final da cozedura um caldo gordo e forte) e também com os alhos descascados, o piripiri, a salsa e sal.
À medida que as carnes forem ficando cozidas, retire-as, e desfie-as muito bem; esmague a parte gorda do toucinho e desfie a carne, podendo o courato ser picado com a faca. Demolhe e lave muito bem a tripa seca. Corte o pão em fatias finas para um alguidar. Quando as carnes estiverem todas cozidas, regue o pão com o caldo quente e tape-o com um pano durante alguns minutos; depois desfaça muito bem o pão com uma colher de pau e, junte-lhe as carnes desfiadas e uma colher de (sopa) de colorau, mexendo bem; se estiver muito rijo, junte-lhe um pouco de caldo, mas pouco, pois deve obter uma espécie de açorda rija. Rectifique os temperos e encha as tripas enquanto o recheio está quente, quando frio custa a trabalhar. Vá enchendo, atando e cortando as alheiras com 15 cm de comprimento Não se esqueça de as atar bem nas pontas. Depois de prontas, convém deixá-las no fumeiro se possível, ou no frigorífico durante 1 ou 2 dias.

Muito Importante:
O caldo tem que ficar mesmo gordo; caso contrário terá que lhe juntar um pouco de banha ou azeite, o que lhe altera um pouco o sabor.

Estas quantidades dão +- para 10/12 alheiras.
Normalmente 1 liaça de tripa seca dá para 3 dúzias de alheiras.

Algumas receitas com Alheiras;

Alheiras e grelos salteados

Número pessoas: 4
Modo preparação: Lume
Tempo prep.: 40 min
Grau de diiculdade: Fácil

Ingredientes:
4 Alheiras
1 kg grelos
600 g batata(s)
1 Colher de sopa banha
1 Dente (s) de alho
Q.b. pimenta preta moída
Q.b. sal

Confecção:
Lave e coza os grelos, com sal durante 15 minutos. Coe os grelos e mantenha quentes. Coza as batatas em água e sal até que estejam macias. Em seguida descasque-as e corte-as em rodas finas. Pique as alheiras e coloque-as numa frigideira com banha e deixe fritar até dourar.
Coloque as alheiras sobre as batatas, deite os grelos a toda a volta e sirva.

Outras sugestões

No forno;

- No forno: descasque batatas e corte em rodelas bastante grossas, em quantidade suficiente para cobrir a assadeira. Coloque as alheiras em cima das batatas e leve ao forno. Não acrescente qualquer molho ou gordura! E porquê as batatas? Simples: elas vão extrair a gordura contida nas alheiras, tornando-as mais saborosas!

Na frigideira;

- Na frigideira: sem molho ou gordura. Assim, sem mais.

Como acompanhamentos, sugerimos Grelos Cozinhados e um arroz com pedaços de chouriço.

16/11/07

Pequena ressalva.

Estes textos que agora começo a publicar sobre as diversas regiões do país não devem ser vistos como guias de turismo mas sim como uma agradável tertúlia entre amigos a falar de determino tema, neste caso, regiões do país.

Os textos são fundamentalmente elaborados com base nos meus conhecimentos da (s) região (ões) assim como também é feito com algum trabalho de pesquisa como complemento. São também sempre feitos numa óptica de turismo (escapadinha) de fim-de-semana, independentemente do veículo em que nos fazemos transportar.

Também é certo que nos textos muita coisa ficará por escrever, mas nada melhor que uma visita aos locais para pessoalmente se poder desfrutar deste nosso cantinho plantado á beira-mar indo assim para fora cá dentro.

Vale da Vilariça e Cerejais

Ainda como complemento ao texto “Distrito de Bragança” publicado no meu blog em 11 de Novembro, permitam-me citar Miguel Torga que apelidou toda a região do Nordeste Transmontano de “ reino maravilhoso".

Muito bem, vamos então ao Vale da Vilariça,

O Vale da Vilariça por si só já merece um destaque especial quando se fala no Nordeste Transmontano e daí não ter sido inserido no texto anterior, muito embora este vale faça já fronteira com a região do Douro Superior.
Trata-se pois de um vale com características muito particulares e de grande aptidão para a agricultura. A paisagem rural muda gradualmente à medida que subimos para altitudes superiores, deparando-nos com uma zona de transição entre o xisto e o granito, a zona de vale e as escarpas rochosas de granito.
O famoso Vale da Vilariça tem uma área aproximada de 34.000 hectares constituindo uma pequena planície aluvionar de 5000 hectares, que serve de bacia de recepção da Ribeira que lhe dá o nome e que nasce a cerca de 25 Kms na Serra de Bornes. São conhecidas as aptidões do Vale da Vilariça para a produção de produtos hortícolas, pomares e cerealicultura, sendo possível a sua utilização também para outro tipo de culturas.

Há uma zona do Vale que é ocupada tradicionalmente pelo olival, vinha integrada na Região Demarcada do Douro, amendoal e uma área bastante restrita, nomeadamente a zona mais próxima da foz da Ribeira da Vilariça e já do rio Sabor, com cereal e alguma horticultura nas tradicionais "courelas".
Mais a Norte, encontramos uma superfície planáltica, muito perfeita, integrada na Meseta Ibérica e profundamente entalhada pela incisão dos rios Douro e Sabor, com características diferentes, onde predomina a apascentação do gado bovino, em lameiros.

O Vale da Vilariça é atravessado pelo IP2/E802 que faz a ponte entre o antigo IP5 (agora A25) e o IP4 na zona de Macedo de Cavaleiros.

Com as boas vias de comunicação agora existentes rapidamente se chega a este vale onde recomendo como alojamento a Estalagem da Nossa Senhora das Neves, que fica situada no cima do monte de Bornes (Serra de Bornes), de onde se tem uma panorâmica de todo o Vale da Vilariça, em que para além da beleza impar que o nosso olhar pode desfrutar, o silêncio, é tão profundo que chega a ser perturbador. Os nossos ouvidos cansados de tanta poluição sonora, ficam quase anestesiados perante a ausência de barulhos tão característicos das grandes urbes!

Nos tempos de hoje, deveria ser uma terapia recomendada para todos aqueles que sofrem de depressões, originada pelo stress dos nossos dias, em vez de gastar dinheiro com ansiolíticos e outros, mais valia um fim-de-semana por está região maravilhosa.

Uma das aldeias inseridas na zona é Cerejais à qual se chega facilmente pela EN605.

Esta localidade tem registado algum crescimento nos últimos anos, talvez em parte pela proximidade e fácil acessibilidade à sede do concelho mas principalmente pelo impulso social e turístico desenvolvido pelo Santuário Mariano que ali existe e que é um dos mais visitados do país.
Na altura das amendoeiras em flor (de finais de Fevereiro a meados de Abril) é obrigatória a passagem por esta aldeia. Quem pretender ficar alojado em Cerejais pode sempre aproveitar e ficar instalado no Lar do Santuário de Cerejais (Tel.: 279 459 145), com serviço de refeição, devendo contactar, previamente, as Irmãs que se encontram no local.

Além das amendoeiras em flor temos como principais pólos de atracção desta freguesia o Rio Sabor e os locais paradisíacos onde se podem fazer piqueniques, e no que diz respeito a monumentos temos ainda:
**Igreja Matriz – apesar de se desconhecer a data de construção deste templo, sabe-se que já existia no século XIX, destacando-se, no seu interior, cinco altares.
**Santuário do Coração de Maria – O Santuário dos Cerejais é um santuário cordimariano novecentista, dotado de igreja, calvário e loca, em réplica daquela que se encontra na Cova da Iria, em Fátima. A igreja detém uma planta longitudinal, com três naves e torre sineira isolada. O templo integra a capela de construção anterior, sendo a fachada principal voltada a este e escalonada, com portal de verga recta, encimado por uma imagem de Maria. No interior, a capela-mor é revestida a painéis de azulejos policromos que representam a Santíssima Trindade a coroar a Virgem, o Inferno, a morte do Justo e do Pecador. Os tectos são de madeira, as paredes pintadas de branco e o pavimento é de azulejos. No exterior, situam-se três pavilhões de apoio aos peregrinos, a Casa dos Pastorinhos, um pavilhão de maiores dimensões e a Casa de Nazaré que é destinada a confissões, cursos de formação e apoio a peregrinos. No lado oeste, encontra-se o Lar da Betânia que acolhe idosos da freguesia. A estrada oeste representa a Via-sacra, com quinze cruzes talhadas em granito e baixos-relevos franceses, sendo a décima quinta uma enorme cruz com a imagem de Jesus Ressuscitado na base. A Via-sacra termina no cume de uma elevação, onde se ergue a capelinha do Calvário, ladeada pelo Sepulcro de Jesus e por esculturas, em tamanho natural, de Cristo e de Nossa Senhora na Rua da Amargura. A estrada que segue para este da entrada do adro da Igreja conduz à Loca do Cabeço e, ao longo do trajecto, erguem-se os quinze Mistérios do Rosário, esculpidos em pedra. No cume do cabeço onde termina a estrada, encontra-se uma pequena construção que alberga um grupo de esculturas representando a aparição do Anjo de Portugal aos Pastorinhos. Assim, evoca-se a terceira Aparição de Fátima, representada, igualmente, em vitral policromo. Vislumbra-se, também, a Gruta dos Pastores, com um grupo escultórico que integra o Anjo do Senhor a anunciar aos Pastores de Belém o Nascimento de Jesus.

**Capela de São Sebastião – Esta Capela vale, essencialmente, pela sua antiguidade, uma vez que, em 1706, já era referida pelo Padre António Carvalho da Costa, na Corographia Portuguesa.

**Cruzeiro

**Alminhas

**Miradouros do Calvário e da Loca – Nestes dois locais, o turista desfrutará de uma vista panorâmica deslumbrante.

**Quinta Branca – Este local foi proposto como Valor Concelhio pelo PDM de Alfândega da Fé, publicado no Diário da República de 18 de Outubro de 1994.

**Atalaia das Inculcas – A Atalaia das Inculcas existe desde que a aldeia é conhecida, situando-se no lado esquerdo, a meio do caminho que liga Cerejais ao Rio Sabor.
Resta pois desejar-vos uma agradável visita à região envolvente ao Vale da Vilariça e porque não a todo o Nordeste Transmontano inserido no distrito de Bragança.

Vale da Vilariça,Amendoeiras em flor;

14/11/07

Passeio de Natal do Fórum Frontera



Vai-se realizar no próximo dia 01 de Dezembro na Figueira da Foz o 2º Passeio de Natal do Fórum Frontera
Será um passeio destinado a todos aqueles que tenham viaturas Opel Frontera.

Mais pormenores em:
http://www.setbb.com/forumm/viewtopic.php?t=2236&mforum=forumm

13/11/07

João Fonseca - Blog

João Fonseca,

Parabéns por este teu Blog e por assim partilhares com todos nós a tua paixão pela fotografia e Ciclismo.

Da parte da 2W já sabes com o que podes contar, foi pena o episódio da Volta (narrado aqui em 12/08/2007 com o titulo Insólito...) mas são contingências, conforme na altura compreendeste.

Um bem-haja por este novo blog e continua a "bombar" muitas e boas fotos.

11/11/07

Distrito de Bragança

O distrito de Bragança ocupa o extremo NE de Portugal Continental, numa área de aproximadamente 6599 Km2 correspondentes a 7,4 % da superfície do país. A capital de distrito – Bragança – dista 217 Km da cidade do Porto e 107 Km e 169 Km das cidades espanholas de Zamora e Salamanca, respectivamente.
Administrativamente está dividido em 12 concelhos.

Concelhos pertencentes ao distrito de Bragança:

VINHAIS
Área – 694,68 Km²
Freguesias – 35
Habitantes – 10646 (Censos 2001)

BRAGANÇA
Área – 1173,93 Km ²
Freguesias – 49
Habitantes – 34782 (Censos 2001)

MIRANDELA
Área – 658,45 Km ²
Freguesias – 37
Habitantes – 25742 (Censos 2001)

MACEDO DE CAVALEIROS
Área – 699,27Km ²
Freguesias – 38
Habitantes – 17449 (Censos 2001)

VIMIOSO
Área – 481,47 Km ²
Freguesias – 14
Habitantes – 5315 (Censos 2001)

MIRANDA DO DOURO
Área – 488,36 Km ²
Freguesias – 17
Habitantes – 8048 (Censos 2001)

MOGADOURO
Área -757,98 Km ²
Freguesias – 28
Habitantes – 11235 (Censos 2001)

ALFÂNDEGA DA FÉ
Área – 321,96 Km²
Freguesias – 20
Habitantes – 5963 (Censos 2001)

VILA FLOR

Área – 265,52 Km ²
Freguesias – 19
Habitantes – 7913 (Censos 2001)

CARRAZEDA DE ANSIÃES
Área – 280,91 Km ²
Freguesias – 19
Habitantes – 7642 (Censos 2001)

TORRE DE MONCORVO
Área – 532,77 Km ²
Freguesias – 17
Habitantes – 9919 (Censos 2001)

FREIXO DE ESPADA À CINTA
Área – 244,49 Km ²
Freguesias – 6
Habitantes – 4184 (Censos 2001)

Oito destes concelhos pertencem à NUT III, “Alto Trás – os – Montes”. Os outros quatro (Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Flor), estão integrados na NUT III, “Douro”.

"A gastronomia do concelho de Bragança é em tudo semelhante à da restante Terra Fria Transmontana. Caracteriza-se, quer pela elevada qualidade dos produtos que utiliza, quer pela relativa simplicidade dos processos de elaboração. Assenta essencialmente nos enchidos regionais (o fumeiro), encontrando-se o presunto as alheiras (também designadas de tabafeias), o salpicão e o butelo entre os mais afamados representantes. O escritor Manuel Mendes, referiu-se de forma inigualável a um dos mais conhecidos enchidos da região: “uma alheira, com a pele fendida, tostada ao calor da fritura, a derreter aquele unto doirado e rescendente a alho, tempero de que lhe vem o bonito nome (...) – quem haverá aí, senhores, que não se tente?”É da abundância de fumeiro que resulta por ocasião das festas Pascais o “Folar” – pão de ovos recheado de enchidos. De entre os pratos típicos salientam-se a conhecida posta mirandesa – esse naco de vitela, generosidade natural – que pode ser encontrada nos principais restaurantes; o cabrito de Montesinho, o cozido e a feijoada à transmontana e ainda as trutas – esse digno e bravo peixe das ribeiras virtuosas – confeccionadas das mais diversas maneiras. Mas a memória da cozinha tradicional, continua presente, mesmo na restauração mais urbanizada e, sobretudo, nas mãos hábeis das donas de casa de tantas aldeias do concelho. O borralho ainda convive com o moderno fogão, as panelas continuam a alinhar-se à volta da fogueira, e o escano (de castanho) será sempre a mesa das refeições invernais. Por estas paragens, a realidade gastronómica é acrescida dos produtos cinegéticos, verdadeiros, rústicos, naturais. São os caldos de perdiz, confeccionados com a água da cozedura destas aves, presunto, nabo (ou nabiças) e cebolas; a sopa de coelho bravo marinado em vinho branco ou o arroz de lebre com repolho. E, o javali à transmontana transforma-se sempre em convívios báquicos e, actualmente, em prato “obrigatório” a qualquer ementa restaurativa.Dos valentes e leais castanheiros resultou, além dos dias de S. Martinho, o caldo de castanha com batatas, nabos e unto, ou a carne de porco estufado com castanhas. E, em qualquer altura pode empanturrar-se, antes do regresso ao hotel ao abrigo de montanha, com bifes de presunto de cebolada, salpicão assado com grelos cozidos, frango albardado, bacalhau cozido com batatas e tronchos de couve penca ou bacalhau assado com pão centeio, rabas guisadas com ovos, bocados de coelho com molho vilão, leitão “torradeiro”, os rojões e os milhos à transmontana.Menos conhecida, as cascas ou casulas, prato elaborado à base de vagens secas de feijão sujeitas a uma cozedura prolongada, constituem também um excelente acompanhamento de inverno, principalmente para os butelos.Curioso é igualmente o gosto existente na região pelo polvo, que substitui, aliás, o bacalhau, como prato de honra na noite de Consoada. Cozinhado no pote, constitui um dos petiscos mais apreciados nas feiras e nas festas.A doçaria será porventura a faceta menos diversificada da gastronomia da região. Destacam-se, contudo, os folares da Páscoa, os ovos doces, consumidos com pão, o bolo de mel, as rosquilhas e as súplicas. Estas últimas, possuem a particularidade de serem confeccionadas à base de apenas três ingredientes: Açúcar, farinha e ovos."
Fonte: sitio da Câmara Municipal de Bragança

São vários os restaurantes no distrito de Bragança, mas em praticamente todos eles se come muito bem e com preços que ainda se podem considerar como acessíveis tendo em linha de conta a qualidade do serviço prestado, pelo que seria injusto destacar aqui um ou outro.

Mesmo assim e sem querer ser injusto sou obrigado e referir pelo menos três restaurantes, sendo um Miranda do Douro (Dª Balbina – dentro das muralhas - N41 29.765 W6 16.397), outro em Varge (Bragança) (que é o único na aldeia - restaurante do sr. Manuel - N41 52.226 W6 40.560) e o 3º em Vila Flor mais propriamente em Stª Comba da Vilariça (dista 14km de Vila Flor e também o único na aldeia).

São também vários os pratos típicos do distrito de Bragança de onde se salienta a tradicional posta á Mirandesa, o cabrito assado, as alheiras, etc., etc., etc., etc.

Vila Flor que é considerada a capital do azeite em Portugal produz esse precioso líquido que irá ser utilizado na confecção e tempero da generalidade dos pratos regionais, não só dos do nordeste transmontano mas sim em quase toda a gastronomia tradicional portuguesa.
Já Torre de Moncorvo é conhecida não pelos pratos atrás mencionados mas sim pela doçaria regional, aliás, conhecida além fronteiras, principalmente a afamada amêndoa coberta.
A amêndoa coberta apresenta-se no mercado em três tipos:
– À Bicuda branca (só açúcar).
– À Morena (açúcar com chocolate ou canela ou só chocolate).
– À Peladinha (o grão é coberto de uma camada muito fina de açúcar).

Existe, ainda, uma outra qualidade "Amara", que é amarga e dizem os entendidos que é óptima para fazer desaparecer, quase instantaneamente, a acção de uns "copitos a mais".

Recordo também que este fruto possui um grande valor medicinal (sedativo e purgativo) sobre dores de estômago e azia, acção esta reforçada pelo açúcar.
E porque não acompanhar a degustação de todos estes pratos com os bons vinhos da vizinha região do Douro?

Mas nada como um passeio ao nordeste transmontano e comprovar a minha sugestão. Actualmente as vias de comunicação já são de boa qualidade e rapidamente se chega a qualquer lado. A oferta hoteleira também já começa a ser quantitativa e qualitativa onde entre outros sugiro sem qualquer receio a Estalagem de Stª Catarina em Miranda do Douro (http://www.estalagemsantacatarina.pt/) assim como o Hotel Turismo S. Lázaro
(http://www.hoteis-arco.com/pagegen.a...PAGE_ID=881520).

Em Miranda do Douro pode também aproveitar para dar um passeio de barco no Douro internacional.

Bem, só me resta desejar uma óptima degustação assim como uma excelente viagem ao nordeste transmontano.



obs.: se por ventura necessitar de uma sugestão ou roteiro para um passeio pela região terei todo o gosto em fazer um e/ou até enviar um track para gps embora neste caso só compativel para Garmin.

Off Road

Ontem á tarde (10 de Novembro) e para aproveitar o excelente sol que estava fui tomar cafezito a Valongo com o Hugo Figueiredo onde nos aguardava o Rui Santos. Eu de Honda NX 650 Dominator e o Hugo na sua BMW R1150GS e lembramo-nos de fazer um percurso alternativo, ou seja em TT.
Entramos no TT em Alfena junto à Escola Secundária tendo nós percorrido a Serra da Agrela até ao Estabelecimento Prisional de St.Tirso, seguindo depois em direcção a Sobrado e seguindo para Valongo atravessando também a “Serra da Lousa”.

Depois do cafezito (oferecido gentilmente pelo Rui) voltamos a cruzar a Serra da Lousa, Serra da Agrela, Aeródromo de Vilar de Luz até Stº Tirso, Trofa, S. Romão do Coronado onde regressamos à estrada pois já estava noite e não gostamos muito de TT sem luz natural.
Foi um passeio interessante com um grau de dificuldade médio tendo em linha de conta o porte da BMW R1150 GS do Hugo, mas acessível a qualquer um desde que não seja principiante.


09/11/07

Calendário 2008 (estrada)

Calendário das várias provas internacionais que se irão disputar em Portugal em 2008

Fevereiro
20-2 24-2 Volta ao Algarve

Março
13-3 16-3 Volta ao Distrito de Santarém
28-3 30-3 Taça das Nações

Abril
9-4 13-4 26ª. Volta ao Alentejo

Maio
15-5 18-5 G.P.I. Rota dos Móveis

Junho
12-6 15-6 G.P. CTT Correios de Portugal

Julho
9-7 13-7 Troféu Joaquim Agostinho – GPI Torres Vedras

Agosto
13-8 24-8 Volta a Portugal em Bicicleta

Outras provas,

Fevereiro
16-2 16-2 Prova de Abertura Equipas de Clube
17-2 17-2 Prova de Abertura Equipas Continentais

Março
8-3 9-3 Volta a Albufeira
8-3 8-3 Prova de Abertura de Juniores
9-3 9-3 Prova de Abertura de Veteranos
9-3 9-3 Prova de Abertura Cadetes
16-3 16-3 Prova de Abertura - Femininas

Abril
4-04 6-04 Volta às Terras de Loulé
6-04 6-04 Troféu Sérgio Paulinho
20-4 20-4 Clássica da Primavera
27-4 27-4 Clássica de Amarante

Maio
3-5 3-5 Prémio Alpendre
4-5 4-5 Troféu Reis Eusébio
23-5 25-5 Volta ao Sotavento Algarvio
25-5 25-5 Campeonato Nacional de Veteranos
29-5 1-6 Volta a Trás-os-Montes

Junho
5-6 8-6 G.P. Abimota
27-6 29-6 Campeonatos Nacionais – Elites e Sub-23

Julho
12-7 13-7 Campeonatos Nacionais Juniores; Cadetes e Femininos
18-7 20-7 Volta a Portugal Cadetes
24-7 27-7 Volta a Portugal Juniores

Agosto
5-8 10-8 Volta a Portugal do Futuro

Setembro
11-9 14-9 G.P. da Estremadura
20-9 21-9 Prémio de Gondomar

Este calendário é meramente informativo e poderá sofrer ainda algumas modificações, assim como só cá estão aquelas que na meu ponto de vista serão as principais provas em Portugal.

Voltemos ao Ciclismo, neste caso ao jovem.

Há dias abri um tópico num fórum dedicado exclusivamente ao Ciclismo e onde se pretende debater temas de ciclismo com o seguinte titulo:

“Meios logísticos nas corridas até juniores”

Com a abertura desse tópico pretendi tão somente criar uma discussão séria com as opiniões dos seus membros sobre os meios logísticos nas provas de ciclismo até o escalão de juniores (escalão 17).
Dei como termo comparação e referencia os Campeonatos Nacionais em linha organizados pela PAD em que, salvo melhor opinião, têm todos os meios regulamentares exigidos e não só. Mas este exemplo serve tão somente para ajuda.

Contudo e ao fim dois dias nem um simples comentário.

Se o título desse tópico fosse que o corredor A ou B tinha sido apanhado nas malhas do doping, já esse tópico tinha dezenas de mensagens, mas como é para se tentar debater o Ciclismo no seu mais básico ninguém ousou até ao momento comentar o que quer que seja.

Criticar e acusar os outros de nada fazerem é muito fácil, difícil é mesmo o resto.

Com tantos membros que andam no fórum será que está assim tudo tão excelente no Ciclismo e que ninguém terá alguma sugestão/critica a fazer?

Não me parece, parece-me antes é que o tema em título não será apelativo para os que por lá gravitam (eu incluído).

Este exemplo serve tão somente para culpar-mo-nos a nós próprios pelo estado em que o Ciclismo se encontra em vez de encontrar outros para atirar as culpas.

Entre outros, será que as provas têm:
- Policiamento necessário?
- Percursos bem delineados e com segurança?
- Grau de dificuldade dos percursos?
- Viaturas de apoio neutro?
- Sinalização do percurso?
- Carro vassoura?
- Carro vassoura com condições mínimas?
- Segurança?

Ainda na segurança:
- Fardos de palha (ou noutro material absorvente de impactos) nas zonas complicadas?
- Motas BA (bandeira amarela) para sinalizar os obstáculos que possam surgir no percurso?
- Numero suficiente BA?
- Mota ardósia?
- Mota informação?
- Médico e pessoal paramédico?
- Ambulâncias em numero suficiente?
- Comunicações rádio para a caravana?

Ainda outro exemplo, pelo Regulamento Geral Técnico de Corridas (RGTC) os corredores são obrigados a conhecerem todo o percurso e em caso de engano a culpa é dos corredores (salvo em casos muito, mas mesmo muito excepcionais é que isso não acontece).

Ora, sobre os percursos pergunto também:
- Recebem as equipas com o tempo necessário esses percursos?
- Nos casos em que recebem é em tempo útil?
- Ainda nos casos em que recebem, são os mesmos perceptíveis e de fácil interpretação?
- Os Directores Desportivos passam essa informação aos corredores?

E tantos outros que me escapam neste momento….

…como podem ver e desde que queiram são tantos as coisas que se podem debater num tópico como este.

Vamos acabar com o "deixa andar" e começar a fazer alguma coisa pelo Ciclismo.