Por me
parecer pertinente, transcrevo integralmente um texto do Dr. Benjamin Carvalho
colocado no Facebook e ao qual sugiro uma leitura atenta.
“Vejo-me á rasca com estes trastes
que começam a andar de bicicleta e logo se apercebem de quanto isso é
benéfico….
BICICLOREXIA, ou transtorno
provocado pelo excesso de andar de bicicleta, compulsivo, ocorre quando o
volume e a intensidade de exercício físico praticado por um indivíduo excede a
sua capacidade de recuperação, e pode estar associada a uma auto-imagem um
tanto distorcida, em quadro psicologicamente patológico (patológico porque sai
dos padrões de comportamento normal, embora, habitualmente sem grande
repercussão social generalizada).
Quanto mais treina menos anda e
elabora a falsa ideia de que anda mal porque treina pouco…então a terapêutica é
dar mais cabo do cortiço…
Este termo não vão encontrar no
dicionário. Apenas me ocorreu por analogia com VIGOREXIA.
A prática do ciclismo nas suas várias
vertentes, tem-se multiplicado, e muito bem, e de um modo mais relevante em
indivíduos não praticantes e idosos acima dos 35-38 anos, que é a média de
idade em que os profissionais tem como meta final de carreira, senão até mais
cedo.
Felizmente vemos cada vez mais atletas domingueiros que disfrutam do prazer de se sentirem ainda fortes, sentirem o prazer do suor a escorrer varrido pela deslocação do vento, admirar paisagens enormes de perder de vista e disfrutar das saudáveis picardias que tanto bem fazem á mente se não houver exageros.
O perigo disto é quando surge a
ideia de que ainda vão ser uns grandes ciclistas e começam a levar o ato ao
exagero.
Outro perigo é quando deixam de complementar
essa actividade com o indispensável ato de caminhar, correr e exercitar outros
segmentos como o trem superior, abdómen, dorso com a inevitável descalcificação
óssea de quem só faz ciclismo ou natação, já não falando, por vezes, no
esquecimento da família.
Verifica-se também a multiplicação
de espaços que oferecem, avaliação, treino, conselhos alimentares… nada de
errado!.
Todos nascemos, como venho
insistindo e é, conforme a ciência, razoavelmente consensual com um património
genético que fenotipicamente se traduz através de marcas histológicas e
bioquímicas que não nos deixam ir mais além daquilo que está previsto.
Os melhores nasceram para ser melhores e vão
continuar a ser melhores!
Mas não esquecer que todos podemos
melhora!...isto é: srmos melhores que nós próprios.
Já reparou que por vezes vai a arfar
com 160 p. p.m. ao lado de quem cantarola e fala num registo de 120 p.
p.m.?...esse é melhor nessa vertente enquanto você pode ser noutra.
Se espiolharem literatura e estudos
honestos acerca de treino de endurance depressa verificará que o resumo é
curto…
Três zonas: leve inferior a 65-75%
do VO2( abaixo de 2 mmol lactato), médio entre esta zona e o limiar anaeróbico
(4-5 mmol) e alta intensidade.
Distribuição das intensidades: +-
80% do tempo semanal em treino leve, agradável (quanto mais próximo do limite
maior a eficácia e a utilização de gordura).
+- 20% em médio ( treino já duro ) e intenso
distribuído em 2 sessões semanais em dias não consecutivos.
Confrontando dados de investigação,
os dados referentes á confrontação entre quem treina com mais intensidade e
menos volume é muito controverso.
Eu penso, por experiencia, que se
quisermos trabalhar a curto prazo devemos privilegiar a intensidade. Se
pretendemos o longo prazo então talvez melhor o volume.
Por experiencia só conseguimos
conhecer o individuo a partir de dados seriados de testes e resposta no
terreno...o resto é conversa!...tem o valor que tem.
Concluindo: se é atleta de lazer,
domingueiro e gosta daquelas saudáveis picardias que irão preencher a sua
semana através do face… mantenha-se na sua forma sem exageros. Como?
Faça um exame médico (a saúde em
1º…), faça um teste credível de avaliação das suas capacidades conforme o
estado de forma (se treina, com regularidade, pare 72 horas antes do teste
senão dá provavelmente errado) por vezes não vai haver grande evolução porque
aparecem no máximo das capacidades, na altura do teste, e daí alguma frustração
em não evoluir ou até piorar com um novo plano de treinos.
Não stress! Não seja prisioneiro do
treino! Mais vale cumprir os mínimos que os máximos!...Se não atingir o máximo
com certeza que dele estando próximo depressa lá chega!...se atingir o máximo
depressa entrará em fadiga, e dificilmente de lá sai, uma vez que gerir o
máximo não é fácil para todos.
Não esqueça que o IMC deve ficar
abaixo de 23 se quiser ser mesmo ludicamente competitivo.
Se é possuidor de patologias
crónicas como asma, hipertensão, diabetes, colesterol, ácido úrico… não tem contra-indicações!...o
exercício é a melhor terapêutica sem excluir o controlo médico adequado que
neste caso irá ser muito facilitado.
SORTE!...”
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