Há
pouco estava a ler um texto num blogue (carro vassoura) sobre Ciclismo e deparei com o seguinte texto e que tomo a liberdade de transcrever parcialmente:
“Mudando de tema, mas não mudando muito, o ciclismo
nacional está em análise da edição especial de fim de época da revista
Procycling.
A Procyling é a maior
referência dentro das revistas dedicadas ao ciclismo de competição, porque a
Procycling não é sobre bicicletas, nem sobre equipamento, nem sobre dicas de
treino nem de alimentação. É escrita em inglês e é propriedade da mesma empresa
que possui o site CyclingNews. Em Portugal tem o preço de 8€, mas quem se
sentir à vontade com o idioma e gostar de ler sobre ciclismo de competição deve
dar uma vista de olhos, porque são 130 páginas recheadas de excelentes fotos e
sobretudo excelentes reportagens. Não é uma revista de notícias (porque para
isso há a internet). É uma revista de reportagens, entrevistas e crónicas de
ciclistas. Na edição especial de final de ano a principal reportagem é com
Chris Froome e a principal entrevista com Lance Armstrong.
Aproveitando que o
campeão do mundo em título é português, a Procycling dedica seis páginas ao
ciclismo português feito dentro de fronteiras. E nessa reportagem Portugal é
(mais uma vez) classificado como "o Eldorado do doping e dos dopados"
e que "a Volta a Portugal está para as drogas como o Oktoberfest para a
cerveja". O Oktoberfest é o maior festival do mundo dedicado à cerveja,
que se realiza anualmente em Munique ao longo de 16 dias.
É assim que uma
publicação respeitada (na minha opinião, a melhor) vê o ciclismo nacional e é
assim que o retrata para os seus leitores de todo o mundo. O mérito é dos
diretores desportivos que para cá trouxeram Txema del Olmo, Claus Moller, Santi
Pérez, Isidro Nozal, Vicioso, Tino Zaballa, Paco Mancebo, Pablo de Pedro,
Eladio Jiménez e muitos outros que vieram para Portugal depois de estarem
suspensos ou fortemente ligados a investigações em curso e por isso com a porta
fechada nas grandes equipas. Dos diretores desportivos que deram segundas e
terceiras oportunidades a ciclistas que não as mereciam e que não as
aproveitaram, voltando a ser apanhados. De quem entregou as suas equipas aos
doutores Basil Ribeiro (mesmo depois de estar suspenso), Alberto Beltrán e
Marcos Maynar para colecionarem positivos.
Este é também o país
da Maia que em 2003 brilhava no Paris-Nice, Romandia e Volta à Suíça mas teve
tantos positivos que o seu médico acabou suspenso. Da Póvoa que em 2008 acabou
depois de um mega caso de dopagem organizado. Da Liberty que terminou no ano
seguinte pelo mesmo motivo. Ou da Barbot que em 2010 teve três "casos
isolados".
Mas a culpa é também
daqueles que sabem o que se vai passando mas, por um motivo ou outro, se calam.
É também nossa.
E é por isso que o
ciclismo que se faz em Portugal é considerado o Eldorado do doping e dos
dopados. Não sou eu quem o diz. É a mais conceituada revista mundial dedicada a
ciclismo de competição. É esta a visão que têm que nós.”
É
assim que somos vistos pelos outros e da fama já ninguém consegue livrar o Ciclismo português..., espero mesmo muito
sinceramente que seja só fama e sem qualquer proveito nos dias que correm.
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