07/06/10

23ª Volta Trás-os-montes

Nota de Imprensa n.º: 027
Data: 07.Junho.2010
À att.: Editor de Desporto/Modalidades-Ciclismo




COMUNICADO

As lamentáveis incidências registadas no final da terceira etapa da
Volta a Trás-os-Montes levaram a Direcção do Clube de Ciclismo de
Paredes e a equipa técnica da formação da LA Alumínios-Paredes Rota
dos Móveis a reunir e a emitir o seguinte comunicado:

"Em face de um calendário de provas cada vez mais depauperado, foi com
natural satisfação que registamos o esforço e o empenho colocados na
viabilização do regresso da Volta a Trás-os-Montes ao calendário
nacional.

Cientes desse esforço e das dificuldades financeiras que a todos
afligem, compreendemos que nem sempre as provas primam pela excelência
de meios se bem que a ausência dos mesmos não pode, nem deve,
significar viciação da verdade desportiva ou, concedendo o benefício
da dúvida, facilitismo exagerado porque "o que é preciso é correr".

Os factos verificados na derradeira etapa da Volta a Trás-os-Montes
são a prova cabal de que nem sempre os fins justificam os meios. Para
manter mais provas no calendário não se pode abdicar de princípios
básicos muito menos aceitar que, por esta ou aquela razão, não sejam
colocados ao dispor de todos os meios de prova necessários ao
apuramento da verdade.

Perante tais factos - ausência de "transponders", vídeo de chegada,
etc. - subsiste a dúvida. E essa é inimiga da verdade. Isto já para
não falar numa "estranha" bonificação atribuída apenas na última etapa
(bem sabemos que ela estava consagrada no Regulamento da prova) e que
tudo poderia decidir, deitando por terra o esforço desenvolvido ao
longo de muitos quilómetros. Porque razão não houve bonificações na
primeira etapa?

Quisemos fazer ouvir a nossa indignação face ao que entendemos estar
mal. Mas nem aqueles que têm por missão ajuizar se dignaram
conceder-nos um pouco o seu tempo para escutarem os nossos argumentos.
Ao invés, do alto da sua sapiência e escudados por uma capa de
impunidade que lhes advém das suas funções, deixaram os representantes
da nossa equipa profissional de ciclismo a falar sozinhos,
virando-lhes, ostensivamente, as costas.

Caberá aqui deixar bem claro que o descrito foi testemunhado pelo
vice-presidente da UVP/FPC o qual pouco ou nada fez para intervir no
sentido de clarificar a situação. Acreditamos que não terá querido
desautorizar quem perdeu a autoridade intrínseca e que guardou para o
seu relatório (estamos certos que o fará) o descrever pormenorizado
das anomalias. Caso contrário será, também ele, cúmplice de uma
jornada pouco abonatória para o ciclismo português, ele que tão
maltratado tem sido nos últimos tempos.

Dirão os mais mordazes que se está em presença de "mau perder" por
parte de uma equipa que tudo fez para, desportivamente, ganhar.
Acrescentamos nós que "à mulher de César não basta sê-lo, também é
preciso parece-lo". E quando um dos Comissários é transportado numa
viatura conduzida por um Director Desportivo de uma das equipas
participantes e envolvida na discussão da prova apetece dizer que está
tido dito. Isto, é claro, sem esquecer a ausência de informação à
caravana sobre as tomadas de tempos parciais...

São estas as coisas que não queríamos, nem queremos, encontrar no
ciclismo. Não somos daqueles que se escondem na denúncia anónima nem
se calam na expectativa de, mais tarde, viram a tirar dividendos do
seu silencia cúmplice.

Optamos por dizer bem alto da nossa indignação esperando que, ao menos
uma vez, sejam dados ouvidos a todos quantos gostam do ciclismo e
estão neste desporto de forma apaixonada.

Sabemos que pouco ou nada iremos ganhar com esta tomada de posição.
Mas ficamos com a consciência tranquila porquanto denunciamos as
irregularidades que toda a gente viu mas que alguns entenderam
escamotear.

Não belisca o que foi dito o mérito dos nossos adversários. Para eles
as devidas felicitações.

Pela nossa parte iremos continuar a lutar por um Ciclismo mais
verdadeiro e onde cada vez mais seja reduzido o espaço destinado
àqueles que não o servem mas que dele se servem."

Do teor deste comunicado foi dado conhecimento à União Velocipédica de
Portugal/Federação Portuguesa de Ciclismo, Associação de Ciclismo de
Ciclismo de Vila Real, clubes/equipas participantes na Volta a
Trás-os-Montes, Patrocinadores e Órgãos de Comunicação Social.

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