Em
primeiro lugar pretendo ressalvar que tenho o maior respeito por todos aqueles
que se predispõem a fazer esta caminhada independentemente do seu ponto de
origem enquanto indivíduos e pela sua fé.
Mas
penso que devo começar por definir “peregrinação” e “fé”
neste caso com a ajuda do dicionário on-line da Piberam;
Peregrinação:
- Viagem em países longínquos.
- Viagem em romaria a lugares santos e de devoção.
- Visita feita na intenção de homenagear um lugar onde viveu alguém que se venera.
Fé:
- Adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro.
- Sentimento de quem acredita em determinados ideias ou princípios religiosos.
- Estado ou atitude de quem acredita ou tem esperança em algo.
- Fidelidade.
Não,
não me vou pronunciar se realmente Deus e em particular Maria pretende este
tipo de sacrifícios ou se também a Igreja os incentiva ou não, assim como
também me vou pronunciar sobre o acto em si, que como de início afirmei respeito,
mas sim pronunciar-me sobre a sua envolvência no meio…
Todos
os anos há notícias de acidentes de viação envolvendo peregrinos, uns mais ou
menos graves mas alguns com vítimas mortais a lamentar.
Não
vou questionar sobre de quem é a efectiva responsabilidade dos sinistros pois
não tenho competência para tal, mas independentemente do “real” culpado do
sinistro moralmente critico de forma global os peregrinos pois são eles os
primeiros a colocar a sua integridade física em causa pois por muita culpa que
possa via a ser imputado ao automobilista se não somos nós os primeiros a velar
pela nossa integridade quem é que o vai fazer?
Ainda
ontem (sexta-feira dia 08/05/2015 – 13:00) ao início da tarde caminhavam um
grupo de cerca de 15 pessoas em plena via Norte (traço equiparado a
auto-estrada para quem não conhece) logo depois das instalações da Efacec e
ainda por cima a par, pergunto, de quem é verdadeiramente a culpa se um
automobilista vier em excesso de velocidade se despistar e matar algumas daquelas
pessoas?
Não
quero com isto pronunciar-me sobre o acidente da passada semana na zona de
Coimbra, tão-pouco sei o que realmente se passou, mas o que pretendo com este
texto é afirmar que a fé e a devoção a Maria não podem justificar tudo, os
peregrinos têm que ser os primeiros responsáveis pela sua segurança e têm que respeitar
as leis previstas no Código da Estrada.
Tomo
a liberdade de transcrever um comentário a uma das inúmeras notícias do
acidente que referi e que pode ser consultado na íntegra aqui
“Enquanto não se mudarem
mentalidades, das pessoas e das autoridades, isto não vai mudar. Há caminhos
marcados (nem sempre bem sinalizados, é certo) que evitem estas estradas, que
são perigosas e onde é PROIBIDO circular a pé. Porque é que as autoridades e
responsáveis, em vez de estarem a desviar as pessoas para os outros caminhos e
a fazer trabalho preventivo, simplesmente "tiram" uma faixa da IC
para as pessoas passarem a pé, dando assim conivência à transgressão ?
Que as autoridades e
responsáveis tenham coragem de traçar um plano a médio prazo que passe por:
- marcar devidamente até
ao fim do ano os caminhos fora das ICs (eles já existem e é muito fácil
arranjar voluntários que ajudem nesta tarefa)
- fazer um trabalho de
consciencialização durante este e o próximo ano para a não utilização de ICs e
a utilização dos caminhos, entretanto devidamente marcados, estando nos locais
a desviar as pessoas.
- ter tolerância zero a
partir de 2017 para quem circule a pé nas ICs”
Fonte das fotografias - Internet
Fonte das fotografias - Internet
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