09/05/15

Peregrinações ao Santuário de Fátima.



Em primeiro lugar pretendo ressalvar que tenho o maior respeito por todos aqueles que se predispõem a fazer esta caminhada independentemente do seu ponto de origem enquanto indivíduos e pela sua fé.

Mas penso que devo começar por definir “peregrinação” e “” neste caso com a ajuda do dicionário on-line da Piberam;

Peregrinação:

  • Viagem em países longínquos.
  • Viagem em romaria a lugares santos e de devoção.
  • Visita feita na intenção de homenagear um lugar onde viveu alguém que se venera.

Fé:

  • Adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro.
  • Sentimento de quem acredita em determinados ideias ou princípios religiosos.
  • Estado ou atitude de quem acredita ou tem esperança em algo.
  • Fidelidade.

Não, não me vou pronunciar se realmente Deus e em particular Maria pretende este tipo de sacrifícios ou se também a Igreja os incentiva ou não, assim como também me vou pronunciar sobre o acto em si, que como de início afirmei respeito, mas sim pronunciar-me sobre a sua envolvência no meio…

Todos os anos há notícias de acidentes de viação envolvendo peregrinos, uns mais ou menos graves mas alguns com vítimas mortais a lamentar.


Não vou questionar sobre de quem é a efectiva responsabilidade dos sinistros pois não tenho competência para tal, mas independentemente do “real” culpado do sinistro moralmente critico de forma global os peregrinos pois são eles os primeiros a colocar a sua integridade física em causa pois por muita culpa que possa via a ser imputado ao automobilista se não somos nós os primeiros a velar pela nossa integridade quem é que o vai fazer?

Ainda ontem (sexta-feira dia 08/05/2015 – 13:00) ao início da tarde caminhavam um grupo de cerca de 15 pessoas em plena via Norte (traço equiparado a auto-estrada para quem não conhece) logo depois das instalações da Efacec e ainda por cima a par, pergunto, de quem é verdadeiramente a culpa se um automobilista vier em excesso de velocidade se despistar e matar algumas daquelas pessoas?

Não quero com isto pronunciar-me sobre o acidente da passada semana na zona de Coimbra, tão-pouco sei o que realmente se passou, mas o que pretendo com este texto é afirmar que a fé e a devoção a Maria não podem justificar tudo, os peregrinos têm que ser os primeiros responsáveis pela sua segurança e têm que respeitar as leis previstas no Código da Estrada.

Tomo a liberdade de transcrever um comentário a uma das inúmeras notícias do acidente que referi e que pode ser consultado na íntegra aqui

“Enquanto não se mudarem mentalidades, das pessoas e das autoridades, isto não vai mudar. Há caminhos marcados (nem sempre bem sinalizados, é certo) que evitem estas estradas, que são perigosas e onde é PROIBIDO circular a pé. Porque é que as autoridades e responsáveis, em vez de estarem a desviar as pessoas para os outros caminhos e a fazer trabalho preventivo, simplesmente "tiram" uma faixa da IC para as pessoas passarem a pé, dando assim conivência à transgressão ?

Que as autoridades e responsáveis tenham coragem de traçar um plano a médio prazo que passe por:
- marcar devidamente até ao fim do ano os caminhos fora das ICs (eles já existem e é muito fácil arranjar voluntários que ajudem nesta tarefa)
- fazer um trabalho de consciencialização durante este e o próximo ano para a não utilização de ICs e a utilização dos caminhos, entretanto devidamente marcados, estando nos locais a desviar as pessoas.

- ter tolerância zero a partir de 2017 para quem circule a pé nas ICs”

Fonte das fotografias - Internet

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