25/09/09

Doping, é triste...

…mais uma sexta-feira negra!!!



E diz o ditado que não há duas sem três… e se esta é a segunda sexta-feira negra no nosso ciclismo esperemos pela terceira então, ou melhor, esperemos que o ditado popular não se concretize.

Há momentos quando via na televisão os rodapés noticiosos nem cria acreditar, não que não se fale nisto no meio há muitos anos, claro que sim, todos falam sobre o tema doping nas classes de formação, bem não falam pois só se deve escrever o que se pode provar.

Capa do jornal “A Bola” de hoje



Texto do mesmo jornal retirado do Veloluso com origem ainda no mesmo jornal;

"'Doping' em todas as idades
Vencedores das Voltas de cadetes, juniores e elites acusaram positivo Volta do Futuro está 'limpa', faltando confirmar dois casos no Masters
Por Fernando Emílio

APENAS dois dias deram para saborear a medalha de prata conquistada por Nélson Oliveira nos Mundiais de ciclismo na Suíça. Uma semana depois de vir a público o controlo positivo com EPO/CERA de três corredores da Liberty Seguros, nos quais se encontrava Nuno Ribeiro, vencedor da Volta a Portugal, o doping está de novo na ordem do dia no pelotão português.
João Pinto, corredor da ADR Ases de Penafiel e vencedor da Volta a Portugal de cadetes (escalão para jovens de 15 e 16 anos), também acusou positivo, situação idêntica à vivida por Daniel Freitas, do mesmo clube, e vencedor da Volta a Portugal de juniores (17 e 18 anos). As contra-análises em ambos os casos confirmam os primeiros resultados, que desta forma determinam a suspensão dos jovens e a vitória nas provas a ser atribuída aos segundos classificados.

Mas os casos de doping não terminam aqui. A 1.ª Volta a Portugal de Masters, organizada para colocar na estrada a velha guarda do ciclismo português, também está manchada por duas situações que aguardam pelos resultados das contra-análises que serão efectuadas dentro de dias. Todas as categorias, à excepção da Volta do Futuro, ganha por Marco Cunha (ALU), parecem envenenadas pelo doping, com reflexos imprevisíveis para a modalidade.

Situações anormais

O presidente da UVP/FPC, Artur Lopes, escusou-se a comentar os casos cujas resoluções ainda não foram anunciadas pelo Conselho de Disciplina. «A única coisa que sei é que há situações anormais, mas não faço ideia se se trata de aspirina ou insulina! Podem ser casos de solução fácil, ou de extrema gravidade. Não sei! Até o Conselho de Disciplina se pronunciar, nada terei a acrescentar sobre o assunto.»

Já para Joaquim Ferreira, presidente e treinador da ADR de Penafiel, os casos em que estão envolvidos os seus jovens corredores podem mesmo ser uma cabala. «É inacreditável. Estamos a falar de formação e não de elites... Pelo que nos foi relatado, os valores e as substâncias envolvidas são de uma sofisticação laboratorial e ao nível sénior. Falaram até em algo apenas injectável. E depois acusaram positivo num dia, no dia seguinte já estavam limpos e no dia a seguir acusavam outra vez... Há muita coisa mal contada nesta história e até vir a confirmação da contra-análise só nos resta esperar», declarou.

O caso dos dois jovens corredores pode mesmo ganhar contornos complexos: «Não ponho a mão no fogo por ninguém, não sei o que fazem fora dos treinos. Mas estes rapazes, em competição, nem batatas fritas comem. É só massas e carnes grelhadas e cozidas. Além disso, os pais estão tão convencidos da inocência dos filhos que estão na disposição de apresentar queixa na Polícia Judiciária para se tirar a limpo esta história. Já consultaram até médicos e ninguém acredita como isto é possível.»
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Tal como eu digo e já escrevi aqui neste meu espaço. Quando realmente se quiser acabar com o doping no Ciclismo basta que o castigo que é aplicado aos atletas seja também igual para o Director Desportivo respectivo. Não quero com isto dizer que são os Directores Desportivos que os mandam tomar as ditas substancias dopantes, o que quero dizer com isto é que se eles também fossem penalizados directamente fariam um controlo muito mais apertado sobre os seus atletas.

Ainda sobre o tema coloquei há dias um comentário no site “Jornal de Ciclismo” que foi moderado (não publicado) por um dos responsáveis (Sr. José Carlos Gomes) alegando eventuais insinuações de doping organizado e que supostamente acusava o médico do clube, contudo sobre isto farei um texto em separado como aliás já lhe comuniquei.

Em vez de a U.V.P./F.P.C. andar a perder tempo e recursos financeiros para saber se eu estive em alguma prova pirata na Póvoa de Varzim, em vez do senhor Vice-presidente da Federação (Sr. Delmino Pereira) se deslocar á primeira etapa da Volta a Portugal dos Cadetes para solicitar ao organizador que prescinda dos meus serviços por eu estar numa situação de litigio com a U.V.P./F.P.C que dediquem mais do seu tempo para estas situações - citando uma senhora deputa do CDS “…eles sabem que eu sei que eles sabem que eu sei…” anómalas agora evidenciadas. Todos sabemos que há anos que se diz no diz que disse que estes casos existem nos escalões mais jovens do nosso Ciclismo.

Mas sobre este caso em particular (Volta dos Cadetes e dos Juniores) estou algo curioso para ver como vai ser a triangulação entre o senhor Presidente da Direcção da U.V.P./F.P.C., o senhor Presidente da Direcção da A.C.P., do o senhor Presidente da Assembleia-geral A.C.P. dada a sua ligação umbilical ao clube em questão e do Presidente da Câmara Municipal de Penafiel que é simultaneamente também o Presidente do Conselho Jurisdicional da A.C.P.

Mas e voltando ao tema, será que a Policia Judiciaria estará já no terreno?
E porquê? Porque pura e simplesmente pela nova lei do doping é considerado crime.

Se no caso do Povoa Cycling Club (que ainda não está concluído) havia suspeitas de doping organizado neste caso concreto e presumindo que as contra-analises irão dar o mesmo resultado será caso para aprofundar rapidamente esta situação até porque estamos a falar de escalões de formação – convém não esquecer.

Esperemos pois pelo desenvolver deste caso e de outros que venham a surgir pois ao que parece há também (como se esperava) problemas com doping na Volta dos Veteranos e os resultados da Volta dos profissionais ao que parece ainda não são conhecidos.

1 comentário:

mzmadeira disse...

Caro Paulo - antes de mais... ontem, um tipo está ficar velho e caquético (esse tipo sou eu) - saí de casa à pressa porque me deitei tarde e tive que sair cedo e, parece coisa impossível mas aconteceu... deixei o telemóvel em casa... por isso não te atendi - curioso esse triângulo que apontas... mas também é curiosa a forma como estas notícias vêm a público quando (não somos ingénuos) a fonte credível que as sustenta, depois em 'on' diz que nada sabe...

Depois, os 'recados' escritos entrelinhas... a falta de uma linha editorial séria...

Se uns foram atirados para a fogueira antes da segunda análise, porque é que outros só aparecem depois de confirmada a dopagem e mais ainda... porque é que se deixam no ar suspeitas sobre outros eventuais casos sem adiantar se deram positivo e aguardamos pela contra-análise ou se é - digo-o em consciência - uma pura manobra de diversão porque no escalão em causa está... Não digo mais nada.

Agora, digo-o eu, Manuel José Madeira, mero adepto do Ciclismo depois de ter sido afastado dele como Jornalista, olhemos de forma pragmática para o problema:

Olhemos a estrutura nacional do Ciclismo como se olha para a estrutura de uma qualquer empresa...

Com esta sucessão de escândalos o mínimo que se pode exigir é que o máximo responsável pela empresa (estrutura), reconhecendo que não está à altura dos acontecimentos... se demita!

Tentar caçar o João Cabreira foi uma gira manobra de diversão.

Agora, com estes casos todos... se o "patrão" está, de facto, a leste... só tem uma saída a resignação. Foi incapaz de, ele, membro do CNAD, obstar a que ti«udo isto tenha acontecido... não tem mais credibilidade para continuar no posto e só lá fica porque está agarrado ao poder.

E digo aqui aquilo que ainda não li em lado nenhum.
Se, naquela madrugada em que o CNAD, atropelando uma série de Leis consagradas na Constituição ao actuar ilegalmente 'colado' a buscas policiais ordenadas por um juiz, em vez de se limitar a vasculhar instalações e viaturas de UMA equipa em especial, tivesse feito o mesmo, na mesma altura á mesma hora, sem possibilidade de contactos entre os visados... como todos sabemos teria encontrado exactamente as mesmas pastilhas em todos os camiões, em todas as casas de todos os DD de todas as equipas.

E o Ciclismo português, pensávamos nós na altura, ficaria reduzido aos escalões de formação.

Agora nem isso.

Confesso que não percebo as motivações da FPC.

Vou manter, em consciência, o meu apoio ao elo mais fraco que é o dos Corredores. Também não sou completamente parvo... mas intriga-me esta sucessão de revelações.

Todos nós sabemos que todos os anos houve casos de 'doping'. Em todos os escalões... antes era abafados, agora são publicitados.

É isto que não percebo....